Tarso: Combate à corrupção serve de desculpa para "regime de exceção"
Em palestra na sede do Clube de Engenharia nesta quarta-feira (22), no Rio de Janeiro, o ex-governador do Rio Grande do sul, Tarso Genro, disse que "está havendo um regime de exceção não declarado na luta contra a corrupção no país".
Publicado 23/04/2015 12:24
Sob o tema "A crise: qual é a saída?", Tarso foi um dos debatedores de evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (Ibep), Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), e pelo Grupo Reflexão, que reuniu lideranças políticas e intelectuais como o ex-ministro Roberto Amaral e o professor Luís Fernandes, presidente da Finep e dirigente do PCdoB.
Tarso, que também foi ministro da Justiça, criticou a condução da operação Lava Jato e enfatizou que ha uma articulação de setores do poder Judiciário e do Ministério Público que quer destruir a “utopia de esquerda”:
“A questão da democracia no Brasil já está sendo dilapidada. Ninguém é contra a luta contra a corrupção, todo mundo é duramente a favor. Mas está havendo na luta contra a corrupção um regime de exceção não declarada, onde todo o processo está sendo instrumentalizado politicamente pela burocracia estatal, por setores do poder Judiciário e pelo Ministério Público para derrotar o que resta da utopia democrática de esquerda”, disse.
Segundo Tarso, "quando o juiz Moro se dedica a estabelecer uma jurisdição nacional, inquéritos que não existem, estamos nos encaminhando para uma flexão autoritária contra a esquerda”. Ele defende a criação de uma nova frente política de esquerda.
São Paulo
Debate semelhante acontece nesta quinta-feira (23), em São Paulo, na sede do Sindicato dos Engenheiros (Rua Genebra, 25, Bela vista), a partir das 18h30. Contará com a participação do professor Luiz Gonzaga Belluzzo, do jurista Marcelo Lavenere, da professora Maria Vitória Benevides, do ex-governador Cláudio Lembo e mediação de Roberto Amaral.
Do Portal Vermelho, com informações do Brasil 247