Incerteza de provas leva Moro a libertar cunhada de Vaccari
O juiz federal Sérgio Moro decidiu nesta quinta-feira (23) conceder liberdade a Marice Corrêa de Lima, cunhada do tesoureiro afastado do PT João Vaccari Neto. Ela teve prisão decretada na 12ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no dia 15 de março. Na decisão, Moro entendeu que não há mais certeza de que Marice fazia depósitos nas contas de Giselda Rousie de Lima, irmã dela e casada com Vaccari.
Publicado 23/04/2015 15:13
Na terça-feira (21), Moro prorrogou a prisão temporária de Marice, com base, entre outras "provas", em imagens de câmeras de segurança fornecidas pelo Banco Itaú, em São Paulo, a pedido do Ministério Público. Segundo o órgão, as gravações mostram Marice fazendo depósitos em um caixa eletrônico em nome de Giselda. As transferências foram realizadas nos dias 2 e 6 de março e consideradas suspeitas.
No entanto, após a divulgação do vídeo, a defesa de Marice informou que a pessoa filmada realizando os depósitos é Giselda. Segundo a defesa, apesar das irmãs serem muito parecidas por conta do corte de cabelo, a diferença parece visível, quando comparada com fotos das respectivas.
Como o apontamento da defesa tem fundamento, Moro decidiu fazer o que seria uma premissa para a comprovação do pedido de prisão: solicitou à Polícia Federal uma perícia para identificar a pessoa que aparece nas imagens fornecidas pelo banco.
Sem prova, o juiz teve que libertar Marice, já que as imagens dos depósitos fundamentavam a prisão. “Neste momento processual, não tem mais este juízo certeza da correção da premissa utilizada, de que ela seria a responsável pelos referidos depósitos, em vista da constatação posterior da semelhança física entre Marice e Giselda e da admissão por esta última de que seria a responsável pelos depósitos. Também não há mais certeza de que Marice teria então faltado com a verdade em seu depoimento no inquérito quanto a não ser a responsável pelos depósitos”, disse Moro.
O advogado Claudio Pimentel, que defende Marice, elogiou a decisão que determinou a soltura, segundo reportagem do blog de Fausto Macedo, no Estadão. "Recompõe o status legal dos direitos de Marice", disse.
Do Portal Vermelho, com informações da Agência Brasil