Contra terceirização, centrais organizam 1º de Maio com mobilizações
As centras sindicais já organizam reação à aprovação na Câmara do projeto de lei que amplia a terceirização nas empresas. Entre as propostas esta a realização de grandes manifestações no 1º de Maio (Dia do Trabalho) em todo o Brasil e paralisações com greve geral no final da segunda quinzena de maio.
Publicado 23/04/2015 11:39
“É uma guerra e no campo de batalha a nossa única arma é lutar. Não temos outro recurso. Temos que ganhar a sociedade e o caminho é lutar incansavelmente, fortalecendo a unidade das centrais em aliança com os movimentos sociais. Construir no Brasil todo eventos do 1º de Maio unitários, tendo como centro a defesa dos direitos sociais e trabalhistas contra aqueles que tentam rasgar a carteira de trabalho”, destacou o presidente da CTB, Adílson Araújo.
“A luta não acaba com a votação na Câmara, o projeto ainda passará no Senado. Nós estaremos na rua e teremos um 1º de maio de luta. Vamos ampliar as mobilizações, fazer novos dias de paralisações e, se necessário, uma greve geral para barrar esse ataque nefasto e criminoso aos direitos da classe trabalhadora brasileira”, declarou o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Adílson ressaltou que o 1º de Maio também terá como bandeiras a defesa da democracia “em contraponto a setores que tentam ditar as regras do jogo à revelia do direito legítimo de um povo que elegeu, por meio do voto, um projeto de desenvolvimento” e em defesa da Petrobras.
Pressão dos trabalhadores
Para o sindicalista, apesar do resultado fatídico da votação dos destaques ao projeto de terceirização, realizada nesta quarta (22), as manifestações surtiram algum efeito. Isso porque ao todo, 230 deputados votaram favoráveis à emenda, sendo que na primeira votação foram 354, e 203 contra.
“Percebemos que houve uma alteração na votação por conta da mudança de comportamento na composição do Congresso, pois não foi uma votação fácil. Isso demonstra que, na medida que começamos a denunciar os traidores do povo, os ladrões de direitos, houve um impacto”, disse ele.
Senado
Agora, as atenções das centrais estão voltadas para o Senado. “Muita água vai rolar”, afirmou Adílson. “O apoio do Senado será muito importante para esse debate. Estou confiante de que, como afirmou o senador Renan Calheiros (PMDM-AL), será diferente e que não irá passar a generalização da terceirização”, estima o presidente da CTB.
Para ele, as declarações do presidente do Senado, são indicativos positivos de que o parlamento vai dialogar com os trabalhadores. “É uma perspectiva de que esse projeto será derrotado no Senado, dando um horizonte mais satisfatório para a classe trabalhadora”, completou.
A votação na Câmara foi “a toque de caixa”. Segundo as centrais, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conduziu a votação atropelando o debate e cerceando, inclusive, a presença dos trabalhadores no plenário. “Cunha é hoje o representante dos latifúndios e dos grandes grupos econômicos. Um retrato do perfil conservado da Câmara em que prevalece a agenda regressiva com vistas a precarizar e suprimir direitos e conquistas trabalhistas”, pontuou Adilson.
Segundo o sindicalista duas questões merecem atenção: a responsabilidade solidária, já que na maioria das vezes as empresas terceirizadas, ao encerrar seu contrato, sonegam direitos sociais e trabalhistas, de forma a deixar o trabalhador num “mar de amargura”; e a terceirização da atividade-fim, que institucionaliza o fim do direito constitucional do trabalho, a desregulamentação da CLT por inteiro. “Isso representa um prejuízo grave e a resistência representa um caminho para que a gente possa retomar uma agenda positiva voltada para o desenvolvimento”, ressaltou.
Do Portal Vermelho, Dayane Santos, com informações de agências