Argentina e Rússia podem abandonar uso do dólar no comércio bilateral
Durante o encontro presidencial russo-argentino, que acontece nesta quinta-feira (23), por conta da visita oficial de Cristina Kirchner a Moscou, Vladimir Putin sublinhou que há muito progresso nas relações entre os dois países.
Publicado 23/04/2015 12:30
"O desejo dos nossos países e povos de desenvolver as relações mantém-se. Nos últimos tempos, aumentaram consideravelmente os contatos políticos e cresceu o intercâmbio comercial", destacou o presidente russo. Porém, Putin indicou que há "algumas questões complicadas" nas relações bilaterais, que precisam ser tratadas.
A presidenta Kirchner frisou que o ano de 2015 é muito importante. “É um ano muito especial para a Rússia e a Argentina, porque se cumprem 130 anos das nossas relações diplomáticas. E para o mundo, porque em poucos dias, em 9 de maio, cumprem-se os 70 anos da derrota do fascismo e nazismo. É especialmente importante lembrar isso em um período quando o mundo inteiro acompanha uma onda de neonazismo em várias regiões do planeta”.
Segundo previsões oficiais, o encontro irá terminar com a assinatura de até 30 documentos de cooperação e planos de ação em diferentes esferas.
No momento, já se soube que as partes podem discutir a possibilidade de realizar intercâmbio comercial em moeda local, sem ter que utilizar o dólar. A questão da integração do Mercosul e a União Econômica Eurasiática também foi tratada. Estes organismos internacionais estão prontos para assinar um acordo de cooperação.
Além disso, Vladimir Putin declarou que o processo de implementação na Argentina do sistema russo de navegação por satélite Glonass será incentivado.
Putin também manifestou que a Rússia apoiará a Argentina na sua tentativa de realizar consultas diretas com o Reino Unido para resolver o litígio territorial das ilhas Malvinas.
As Malvinas têm sido reclamadas pela Argentina há muitos anos. Em 1982, em uma guerra com o Reino Unido, 649 argentinos e 255 britânicos morreram. Recentemente, o governo britânico declarou que iria aumentar a sua presença militar nas ilhas. Esta decisão foi condenada tanto pelas autoridades, como pela oposição argentina, e também por outros países da região, preocupados pela militarização das ilhas, uma parte considerável das quais permanece com minas possivelmente ativas.
Após o encontro, espera-se a assinatura de um acordo de cooperação entre os Ministérios da Defesa dos dois países, de cooperação nas áreas ambiental e de combate ao tráfico de drogas, assim que documentos que estabelecem ou ampliam parceria bilateral em outras esferas.
Fonte: Agência Sputnik