CCJ aprova proposta do Presidente da Câmara que limita ministérios
Por 34 votos a 31, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou, na manhã desta quarta-feira (22) a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria do presidente da Casa, deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que limita em 20 o número de ministérios que o Poder Executivo pode criar e manter. A aprovação do projeto foi criticada pela base do governo, que aponta “inconstitucionalidade” na matéria.
Publicado 22/04/2015 16:15
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), vice-líder do governo, afirmou que “o debate passou ao largo do mérito constitucional da matéria. Teve caráter político, mais que jurídico e constitucional”, alertando que “aqui (na CCJ) está a primeira linha de defesa da constituição do Brasil” e que o papel da Comissão de Constituição e Justiça é “conduzir com os demais poderes a consolidação da democracia brasileira.”
Para Orlando Silva, a aprovação da matéria é flagrantemente “inconstitucional” porque diz respeito a separação de poderes.
O deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA) também criticou a matéria que, segundo ele representa “um atalho na Constituição, que reservou a iniciativa para o Executivo, porque essa é uma atribuição do Presidente da República. Está lá no artigo 84, dentro das atribuições do Presidente da República. Quem entende da administração pública federal é o chefe da administração pública federal. Porque a Constituição assim quis. Não nos cabe deflagrar esse processo legislativo”, explicou.
Segundo ele ainda, “essa Casa concordou com o número de ministério, que é criado por lei, e esse legislativo aprovou a existência dos ministérios”. O parlamentar lembrou também que o Supremo Tribunal Federal (STF) já se manifestou contrário a propostas nesse sentido de vários estados.
“A constituição quer que os poderes sejam harmônicos e independentes e não refém um do outro; e, na eventual maioria que pode transformar em refém o Poder Executivo ou mesmo deixar de cócoras o Poder Legislativo, o PCdoB se posiciona contrário a proposta”, efatziou o deputado comunista.
A PEC foi defendida pelo PMDB, PP e PTB, da base do governo, além de PSDB, DEM e PPS, da oposição. SD, PSC, PV, PHS e PEN também defenderam a medida, e o Pros liberou sua bancada.
Do outro lado, o PT, PSD, PR, PSB, PRB, PDT, PCdoB, Psol, PTN, PMN, PRP, PSDC, PTC e PRTB foram contrários à medida.
Do Portal Vermelho
De Brasília, Márcia Xavier