Em desespero, tucano quer agilizar pedido de impeachment na Câmara
Como a tática de insuflar o golpismo nas ruas fracassou, o desespero aumentou entre os tucanos. Mesmo sem ter um único fato que dê fundamento jurídico, o líder da oposição na Câmara Federal, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), quer que o partido acelere a formalização de um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Publicado 13/04/2015 17:24
"Minha posição é a de que chegamos ao limite de uma insatisfação clara e expressiva que deve ser construída, de forma legítima e dentro das regras constitucionais, em forma de um pedido de impeachment da presidente Dilma", disse Bruno.
O tucano afasta o princípio da ética muito bem definido pelo filósofo e professor Mário Sérgio Cortella, que diz: "Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero".
Bruno afirma que Aécio Neves "ouvirá de um conjunto muito expressivo da bancada federal que está na hora e o partido tem de avançar para formalizar um pedido de afastamento da presidente por todos os fatos que o Brasil conhece".
Sabendo que seu intento é inviável e sofrerá críticas, o tucano, na defensiva, disse: "Não venha o PT falar em golpe porque eu li na tribuna da Câmara um pedido de impeachment assinado por José Genoino (ex-presidente do PT) contra Fernando Henrique Cardoso. Todos sabem onde está José Genoino e onde está FHC. O PSDB tem de evoluir pra isso, essa será minha defesa dentro do partido. A partir de amanhã seguramente teremos a discussão política a respeito disso".
Bruno Araújo justificou a ideia do impeachment utilizando como base as delações premiadas no âmbito da Operação Lava Jato que dizem que parte do dinheiro desviado de contratos da Petrobras teria sido entregue ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
O que o tucano finge esquecer é que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dispensou por duas vezes o pedido feito pela oposição para que a presidente seja investigada. Janot disse aos parlamentares da oposição não ver motivos fáticos para isso. No Congresso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), arquivou sem ler um pedido de impeachment feito pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). "Beira o ilegal e o inconstitucional", justificou.
A histeria tucana leva o palarmentar a afirmar que "há diversos elementos" para a abertura do processo e cai em contradição com seus próprios argumentos.
"Do ponto de vista subjetivo e moral, mostrar que a presidente dizia (durante a campanha eleitoral) uma coisa e faz outra hoje que, embora por si só não seja suficiente para uma cassação, mas o conjunto da obra, não tenho dúvida que, de ordem política, pode ser discutido pelo Congresso Nacional. Por isso não vejo, do ponto de vista política, como não haver com brevidade um processo de impeachment da presidente da República, substanciado, construído com responsabilidade, assinado por juristas que dão qualidade a essa representação e que de forma democrática o Congresso processe", disse Bruno. Quanto desespero.
Por Dayane Santos, do Portal Vermelho com informações do Brasil 247