Morre no Recife, o escritor e militante comunista Marco Albertim
O Partido Comunista do Brasil de Pernambuco informa, com pesar, o falecimento do jornalista, escritor e militante comunista Marco Albertim (Marcão), 64 anos, ocorrido na noite desta sexta-feira (10). O velório acontece na Funerária São Sebastião, na Rua Pedro Afonso, 470, em frente ao Cemitério de Santo Amaro, onde o corpo será sepultado.
Publicado 11/04/2015 15:34
Começou sua militância política nos tempos da ditadura, por meio da prática política, na militância do movimento estudantil como membro da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. Em 1971, tornou-se repórter-noticiarista da Rádio Clube de Pernambuco, uma experiência que durou pouco porque, ativista contra a ditadura, foi perseguido e forçado à clandestinidade. Tornou-se operário ferramenteiro numa indústria metalúrgica em Fortaleza. Alguns contos de sua autoria refletem episódios desse período.
Quatro anos depois, de volta ao Recife, torna-se correspondente do jornal Movimento, de oposição aos militares ainda no poder. O jornal não sobrevive. Albertim passa a editar os programas radiofônicos de defesa dos direitos humanos – Violência Zero e Acorda Camponês. Trabalha como copidesque no Diario de Pernambuco, e depois repórter. No Jornal do Commercio, exerceu as mesmas funções.
Os primeiros contos são publicados no portal espanhol La Insignia. Participa do Concurso Nacional de Contos Osman Lins, da Fundação de Cultura do Recife, e é classificado com o conto Case-se com ela. Em 2008, seu livro de contos Um presente para o papa e outros contos recebe a menção honrosa no concurso Prêmios Literários da Cidade do Recife, também da Fundação. Depois integrou o projeto Tiridá Comunicações, junto com o amigo jornalista Urariano Mota.
Integrou como convidado as coletâneas Panorâmica do Conto em Pernambuco e Recife conta o Natal. Em novembro de 2012 lançou, no Recife, o livro, Ingrid tinha alergia à lama do Capibaribe, editado pela Cepe – Companhia Editora de Pernambuco. Segunda obra de contos do autor e a primeira de maior circulação, traz contos que retratam a vivência dura do período do regime militar. "É uma obra forte sem ser panfletária", definiu Marco Polo, editor da Cepe.
Atualmente, era colunista dos portais Vermelho, Literário e Guaruçá e dos sites e redes sociais do PCdoB-PE. Atuava na Prefeitura da Cidade do Recife, como assessor do vice-prefeito Luciano Siqueira.
Homenagens
“O PCdoB perde um velho e aguerrido militante, meu querido amigo escritor Marco Albertim, falecido ontem (10) ao final da noite”, afirmou, consternado, o vice-prefeito e dirigente estadual e nacional do partido, Luciano Siqueira, em sua página no Facebook.
‘Na militância se fez presente se unindo a outros, que como ele, sonhavam com a liberdade de ser e existir e de viver numa sociedade justa e igualitária.
Escreveu, combateu a injustiça, lutou pela democracia, e agora se encantou! Militante aguerrido do PCdoB, estará sempre em nossas memórias! Gratidão! Segue na luz, Marco Albertim”, disse a atriz e militante comunista Hilda Torres em sua página na internet.
"Marco Albertim é um escritor extraordinário, um jornalista como poucos", disse o escritor Urariano Mota em entrevista à Rádio Vermelho, em novembro de 2013. "A cidade pernambucana de Goiana e o Brasil possuem um jornalista de grande prosa literária, um jornalista como poucos, um escritor que honra o Vermelho e todos que os que o conheceram. Leiam Marco Albertim em suas crônicas e embarquem em uma extraordinária viagem", destacou Urariano ao reconhecer a grande contribuição que Marco Albertim deu à cultura e à luta política no Brasil.
Marco Albertim, presente!
Do Portal Vermelho
De Recife, Audicéa Rodrigues