Cúpula dos Povos: Evo Morales acusa EUA de desestabilizar a AL
O presidente da Bolívia, Evo Morales disse nesta sexta-feira (10) na Cúpula dos Povos, no Panamá, que o governo dos Estados Unidos está por trás das tentativas de desestabilizar os governos progressistas da América Latina.
Publicado 10/04/2015 17:28
O chefe de Estado boliviano falou na Cúpula dos Povos, atividade paralela à 7ª Cúpula das Américas, e recordou como Washington, por meio de suas embaixadas, tentou sabotar o processo democrático em seu país.
O presidente citou o processo de eleições que desencadeou a partir de janeiro de 2006 e disse que "a direita, a oposição, o embaixador dos EUA, conspiraram, como sempre para não consolidar o processo".
Nós identificamos os inimigos internos, externos e, especialmente, a embaixada dos Estados Unidos, disse Morales, que lembrou que "amigos me disseram 'presidente, tenha cuidado com a embaixada dos Estados Unidos. Onde há embaixada dos EUA há golpes de Estado'".
Segundo Morales, contra seu governo houve uma conspiração permanente. No dia 22 janeiro, os opositores ao governo boliviano e os empresários se reuniram e disseram: "pobre índio, este pequeno índio só vai ficar seis ou sete meses na Presidência".
Naquele mesmo ano, nacionalizamos os hidrocarbonetos, informamos o Congresso, a partir daí os adversários disseram: "Eu acredito que este índio vai querer ficar por muito tempo", disse o líder indígena em meio a aplausos da platéia.
Morales lembrou que o setor camponês indígena é o povo originário da Bolívia e explicou como ele passou da luta sindical para a luta eleitoral.
"Nós temos que descobrir como passar da luta comunitária, camponesa, para a luta sindical. Eu vi líderes que representam o modelo neoliberal e não conseguia entender como a Central Obrera Boliviana poderia ter líderes de direita na sua militância", recordou.
“Com a luta sindical e a eleitoral podemos recuperar os princípios que os nossos antepassados nos deixaram. Falo principalmente porque jamais poderia ser pró-capitalista, pró-imperialista, fazer políticas de privatizações de nossos recursos naturais. E os nossos antepassados nos deixaram nessa luta, que continuamos depois”, disse Evo.
Morales também defendeu que a América é um continente de paz e justiça social, onde não existem imposições de um país sobre o outro, referindo-se ao bloqueio por mais de 55 anos pelos Estados Unidos em Cuba.
Fonte: Prensa Latina