Cúpula das Américas: Cuba e Venezuela criticam algumas participações
Um mau começo tiveram os eventos colaterais da 7ª Cúpula das Américas, quando as delegações cubana e venezuelana se retiraram da sala depois de denunciar a presença no Foro da Sociedade Civil de "terroristas e mercenários".
Publicado 09/04/2015 11:09
"A delegação cubana não compartilhará o mesmo espaço com mercenários e terroristas. Uma vez mais exigimos que sejam expulsos do evento por não representarem o digno povo cubano", afirma um comunicado da sociedade civil da ilha.
Problemas de organização, segundo fontes panamenhas, fizeram com que parte da delegação da ilha, que fez a solicitação e foi admitida com antecipação, não tivesse sua acreditação pronta.
Rubén Castillo, da Rede Panamenha de Direitos Humanos, principal organizadora do evento, disse que no Foro se encontravam as pessoas devidamente inscritas e que ele não sabia quais eram suas reivindicações, mas que as embaixadas tinham seus convidados.
Provas apresentadas pela Sociedade Civil mostram que foram inscritas para participar do foro continental pessoas fotografadas com notórios terroristas confessos, como Luis Posada Carriles.
Afirmaram também que no Panamá se encontra o homem que ordenou assassinar Ernesto Che Guevara, o agente da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), Félix Rodríguez Mendigutía.
Poucas horas depois, o terrorista de origem cubana organizou uma provocação em frente à Embaixada de Cuba, que foi repudiada por simpatizantes da Revolução Cubana, segundo testemunhas.
Entre os provocadores encontrava-se José Luis García (Antúnez), o cubano "defensor dos direitos humanos" que apareceu em uma foto com Mendigutía.
O terrorista chegou acompanhado de um grupo de contrarrevolucionários cubanos ao busto do Herói Nacional de Cuba, José Martí, no Parque Belisario Porras da capital panamenha, a poucos metros da embaixada cubana, onde minutos antes os reitores de universidades haviam prestado homenagem a Martí.
Durante o último mês, sítios cubanos denunciaram que se gestava uma manobra de conspiração contra o bom desenvolvimento da Cúpula do Panamá, e, em coletivas de imprensa e declarações, personalidades do Governo panamenho usaram como argumento a democracia e a liberdade de expressão para justificar convites feitos a pessoas que a sociedade civil cubana acusou de serem mercenários.
A falta de equidade na seleção dos atores continentais que participam do encontro é a mais aguda crítica aos organizadores da reunião, ainda que se fale que é uma estratégia de setores da ultradireita estadunidense.
A Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC), que reúne cerca de três milhões de afiliados em 17 sindicatos, e o Movimento Independentista Nacional Hostosiano de Porto Rico denunciaram que foi negada sua participação ao encontro continental.
Magaly Castillo, da Aliança Cidadã Pró Justiça, e o coordenador do foro, Rubén Castillo, explicaram recentemente em coletiva de imprensa que os interessados em assistir se inscreveram e a Organização Estados Americanos (OEA) analisou se cumpriam os parâmetros estabelecidos, que não foram especificados.
"Outro elemento essencial para entender o labirinto ao redor da Cúpula é o papel ingerencista da Casa Branca que pretenderá usar uma 'avançada' da direita venezuelana e cubana para fazer barulho", publicou então o diário La Estrella de Panamá.
Artigos de blogueiros da ilha também alertaram sobre o que chamaram de uma "conspiração contra Cuba, Venezuela e os demais países da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América)” e sobre provocações, que já começaram.
Ontem, em outro parque da capital, opositores venezuelanos fizeram uma manifestação que também foi repudiada por panamenhos simpatizantes do Governo Bolivariano.
Nesta quinta-feira (8), continuarão as sessões em mesas de debate, onde se prevê que continue o enfrentamento, que também incluirá o tema da Venezuela e o decreto dos Estados Unidos contra esse país.
Fonte: Prensa Latina