Rússia: bombardeios aéreos no Iêmen não têm fundamentos legais
A operação aérea liderada pela Arábia Saudita contra as posições dos rebeldes houthis no Iêmen não tem qualquer base legal, segundo afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.
Publicado 06/04/2015 14:48
Em entrevista exclusiva à agência internacional de notícias Rossiya Segodnya, o chanceler disse, nesta segunda-feira (6), que “por enquanto, [a operação liderada pelos árabes] não tem nenhum fundamento jurídico internacional”, e afirmou que a Rússia ficou “um pouco decepcionada, para dizer o mínimo, pelo fato de a operação ter sido lançada sem qualquer consulta ao Conselho de Segurança [da ONU] ou via canais bilaterais".
Lavrov disse que a Rússia valoriza suas relações com a Arábia Saudita e outros membros da coalizão internacional, mas criticou o fato de que a coligação só tenha pedido a autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas a posteriori.
O Iêmen está passando por um violento conflito entre os houthis e as forças governamentais. Os rebeldes xiitas recentemente tomaram o controle da capital iemenita, Sanaa, forçando o presidente eleito, Abd Rabbuh Mansur Hadi, a fugir do país. Além disso, o grupo tem feito rápidos avanços em outras cidades e pontos estratégicos.
Em março, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita lançou uma operação militar contra as posições dos rebeldes no Iêmen, a pedido do presidente Hadi. Ao longo das últimas duas semanas, as hostilidades em curso já resultaram na morte de 519 pessoas, incluindo 90 crianças, segundo dados da ONU.
O número de mortos subiu vertiginosamente após o início dos bombardeios aéreos liderados pela Arábia Saudita. A escalada do conflito fez com que vários países retirassem seus cidadãos do Iêmen, incluindo a Rússia, a China, os Estados Unidos e a Índia.
Na semana passada, Moscou apresentou um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU para conseguir uma pausa humanitária nos ataques aéreos. A proposta ainda será analisada.
Fonte: Agência Sputnik