Comunistas e amigos cearenses comemoram 93 anos do PCdoB    

Crianças, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres participaram do encontro que comemorou os 93 anos do PCdoB, partido mais antigo do país. A pracinha da Gentilândia foi tomada neste feriado estadual pelo entusiasmo embalado por muita música, capoeira, lazer para crianças, comidas típicas e muita alegria, do jeito que o cearense gosta.

E o sentimento foi de renovação de forças e união diante do quadro delicado pelo qual o país vive. E se tem um partido que faz parte, conhece e protagoniza a história do Brasil, este é o PCdoB. Luis Carlos Paes, presidente estadual do Partido no Ceará, citou acontecimentos históricos para enaltecer o quase centenário do PCdoB. De Getúlio Vargas a João Goulart, acontecimentos parecidos com os atuais confirmam o caminho que o PCdoB defende.

“Um partido de 93 anos passou por diversos momentos da conjuntura política do país e já viveu situações parecidas como a que vivemos hoje. Getúlio buscava construir um projeto de desenvolvimento nacional e ao mesmo tempo tinha sensibilidade para os problemas dos trabalhadores, teve uma pressão violenta das mesmas forças políticas que hoje pressionam o atual governo. Já o Governo de João Goulart propôs reformas de base e foi apeado do poder por um golpe, com apoio de segmentos da classe média conservadora, resultando em 21 anos de ditadura militar no Brasil, um verdadeiro retrocesso na nossa história. Agora assistimos mais ou menos uma repetição dessa história: governos democráticos buscando outro caminho de desenvolvimento e redução de desigualdades, encontram-se no meio de críticas. O PCdoB com essa experiência acumulada não pode ficar calado. Queremos continuar aprofundando as mudanças iniciadas por Lula e que têm continuidade no Governo Dilma, apesar dos obstáculos. Os erros existem e precisam ser combatidos. Corrupção sempre houve, hoje está sendo combatida de forma mais vigorosa. O PCdoB hoje comemora os 93 anos integrado a esta luta do povo, das centrais sindicais, das forças democráticas para avançar nas mudanças, para defender a democracia e garantir o êxito do mandato da presidenta Dilma e isso só será possível com muita mobilização popular, união do povo, política ampla que aglutine todas as forças vivas do Brasil que queiram continuar no rumo das mudanças”.

Abel Rodrigues, militante comunista histórico, um dos responsáveis pela reorganização do PCdoB no Ceará, também comemora o quase centenário do Partido. Sua trajetória de vida se confunde com parte da história do Partido. Antes membro da Ação Popular, filiou-se ao PCdoB em 1972. “A AP, muito corretamente, entendeu que já existia no Brasil um partido revolucionário da classe operária, que era o PCdoB, por isso filiei-me junto com vários outros camaradas e desde lá procuro dedicar minha vida à construção deste partido. O sentimento que me preenche hoje é de felicidade. Um partido de 93 anos, caminhando para um século de existência, com a história riquíssima que o PCdoB tem, de defesa da democracia, do desenvolvimento nacional, da soberania e da independência do nosso país, de defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores e de uma sociedade justa e socialista, mesmo diante das dificuldades, é engrandecedor. Sinto-me feliz por participar dessa história com esta turma combativa do PCdoB. Daqui a sete anos comemoraremos o centenário do partido e mais para frente o que vier. Iremos sempre caminhar juntos”, ratificou.

Inácio Arruda, um dos principais quadros comunistas cearenses, também enalteceu as mais de nove décadas de história do Partido e destacou mais um número importante. “Também comemoramos os 30 anos do PCdoB atuando na legalidade, expondo suas opiniões, ideias, fazendo proposições no quadro político atual. Nosso partido é, ao mesmo tempo de luta, de vanguarda, mas um partido popular, massivo, que atua em todas as áreas, como a questão da sustentabilidade ambiental, movimento sindical, esporte, ciência, participa dos governos municipais, estaduais e federal. Nosso partido compreendeu bem, nesse período da legalidade, qual o papel que os comunistas deveriam cumprir e aglutinar com os setores mais avançados da sociedade em torno de um projeto que ultrapasse as questões partidárias, mas torne-o forte instrumento do povo para unir forças políticas capazes de desenhar um projeto nacional ousado de desenvolvimento do Brasil, com mais distribuição de renda e mais oportunidades para o povo. Essa é a nossa história: a busca de um projeto onde o Brasil se mantenha de pé, com cabeça erguida e seguindo adiante”.

O professor de História e quadro do PCdoB, o vereador de Fortaleza Evaldo Lima diz que o momento é de comemorar. “Ressaltemos a memória coletiva de um Partido que ainda não se tornou a maior força partidária do país, mas que esteve presente em todas as grandes lutas do povo brasileiro. Desde a sua criação, em 1922, a história nos mostra o PCdoB como um dos protagonistas fundamentais, sempre na vanguarda. E é a partir deste passado de lutas avançadas que se renova a cada dia o compromisso do PCdoB com o projeto de desenvolvimento nacional, Partido que cresce nos momentos de dificuldades, que já enfrentou as ditaduras do Estado Novo e militar e hoje está na linha de frente para defender a democracia e o país”.

A classe trabalhadora, uma das principais aliadas e bandeiras do PCdoB, também esteve presente na comemoração dos 93 anos do PCdoB. Luciano Simplício, presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-CE), disse que é “emocionante” fazer parte dos quadros do Partido. “O PCdoB está na construção de toda a história do Brasil, em todos os tempos, em todas as lutas. De 1922 até os nossos dias, o PCdoB está presente sempre do lado da classe trabalhadora, procurando construir uma sociedade igualitária, justa, sem explorados nem exploradores. Sinto-me muito orgulhoso de fazer parte desta história e com certeza o Partido irá durar ainda mais muitos anos”, reforça.

E onde tem PCdoB tem juventude. Sarah Cavalcante, presidente da União da Juventude Socialista no Ceará, mandou um recado para os que ainda defendem o retrocesso. “Comemorar os 93 anos do PCdoB numa praça, local público, é comemorar a democracia. O sentimento da juventude, principalmente a comunista, herdeira da juventude do Araguaia, é o de comemorar. E queremos mandar um recado para os conservadores e fascistas que estão por aí: a juventude, essa que defendeu a democracia há anos continua de prontidão para defendê-la. E é com muito orgulho que a UJS carrega em si o sangue da juventude do Araguaia, heróis do povo brasileiro, heróis da juventude brasileira”.

De Fortaleza,
Carolina Campos