Andamento da Lava Jato nega teorias sobre interferências, diz Dilma
A presidenta Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira (16), durante entrevista coletiva à imprensa, que o andamento da Operação Lava Jato mostra que “todas as teorias a respeito de como é que o governo interferiu sobre o Ministério Público ou sobre quem quer que seja, para investigar ou fazer qualquer coisa com quem quer que seja, são absolutamente infundadas”.
Publicado 17/03/2015 10:35
Para ela, as investigações e prisões que estão ocorrendo comprovam esse fato. “Se querem investigar, vão investigar. Quem for responsável, pagará pelo que fez, só isso. E todo mundo tem o amplo direito de defesa. Ou seja, o que vale para um, vale para todo mundo”.
E fez questão de destacar sua própria isenção frente às investigações. “Não tem [interferência]. Eu asseguro a você. […] Estão se referindo ao governo como sendo eu: jamais, em tempo algum”.
A presidenta voltou a comentar as manifestações, que considerou pacíficas e sem violência. Ela disse que, em uma postura humilde, é preciso aceitar o diálogo. "Então, nós temos de ser humildes. Estou aberta ao diálogo. Ao mesmo tempo, o governo tem que ter uma postura firme naquilo que ele acha que é importante”, salientou.
Dialogar com quem está disposto
Dilma ressaltou que só se pode dialogar com quem está disposto. “Estamos dispostos a dialogar com quem quer que seja, com atitude de humildade, querendo escutar”, reafirmou.
Segundo Dilma, o governo federal tem dado respostas coerentes aos pedidos que vêm das ruas, como o anúncio do pacote de medidas de combate à corrupção, que será feito nos próximos dias.
Sobre as medidas econômicas, Dilma defendeu: “Nós achamos que o ajuste é essencial. Não vou deixar de dizer para todo mundo que queremos fazer o ajuste”. A presidenta disse que as armas de combate à crise se esgotaram e que agora o governo precisa “iniciar outro caminho”.
Depois de enumerar as medidas que tomou na área econômica em seu primeiro mandato para amortecer os efeitos da crise internacional e de garantir que, apesar dos ajustes, o governo não vai acabar com o crédito, nem com a desoneração da folha de pagamento, Dilma reconheceu que as medidas podem ter falhado, mas não acredita que tenham piorado a situação do país.
“É possível que possamos ter até cometido algum erro de dosagem na reação à crise”, afirmou. “[Mas] ninguém pode negar que não fizemos de tudo para a economia reagir. Em qualquer atividade humana, cometem-se erros – longe de mim achar que não cometi erro nenhum. O que não posso é ser responsabilizada por algo que seria pior se não tivéssemos feito, adotado”, ressaltou.
Questionada sobre a relação do governo com o PMDB, partido que compõe a coalizão, Dilma afirmou: “Nós temos uma parceria com o PMDB. E temos no Brasil uma situação que temos de construir também. Ninguém aqui pode achar que as instituições políticas do país estão à altura das necessidades do país. E aí vale para todos os partidos, sem exceção”.
Fies
A presidenta também esclareceu que o governo federal mudou as regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que terá agora critérios mínimos de seleção. Além disso, o Executivo controlará a disponibilização de vagas. “O governo cometeu um erro no Fies. (…) Em vez de controlar as matrículas, quem controlava as matrículas era o setor privado. Este é um erro que detectamos. Voltamos atrás e estamos ajustando o programa”, reconheceu.
Dilma lembrou que essa sistemática não foi aplicada no Prouni, nem no Enem ou em qualquer outro programa do governo. “E isso não é culpa do setor privado, fomos nós que fizemos”. E explicou que, antes, “as matrículas eram feitas diretamente com as instituições, agora terão de passar pelo governo”. Ela informou que o Fies saltou de 74 mil pra 731 mil matrículas.
Do Portal Vermelho, com informações da Agência Brasil