Oposição assume frente de protestos que eles diziam ser "espontâneos"
Depois de muito negar a participação nas mobilizações contra o governo da presidenta Dilma Rousseff, dizendo se tratar de uma ação "espontânea" e "popular", o PSDB, DEM, PPS e Solidariedade assumiram abertamente a participação nas manifestações previstas para 15 de março.
Publicado 10/03/2015 12:26
A mudança de postura acontece após lideranças políticas denunciarem o patrocínio da oposição em ações pelo golpismo. O vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, e o secretário nacional de Comunicação do partido, José Américo Dias, apontaram o patrocínio das oposições às mobilizações contra a atual gestão.
“O Solidariedade participará com bandeiras, camisetas e três carros de som”, garantiu o deputado Paulinho da Força (SD-SP).
“Nós do PPS vamos ao ato com bandeiras do Brasil. Queremos quebrar esse preconceito de que a manifestação não pode ser política”, assumiu Roberto Freire, presidente do PPS.
No PSDB, cujas lideranças se reuniram na segunda-feira (9) no Instituto FHC, não há mais o que tentar esconder. Eles apoiam movimentos como o ‘vemprarua’ e o ‘ondaazul’, diretamente ligado ao partido, que buscam repercutir o pensamento da legenda nas redes sociais e ampliar as mobilizações nas ruas.
Financiado pela golpismo
“Tem circulado clipes eletrônicos sofisticados nas redes, o que indica a presença e o financiamento de partidos de oposição”, afirmou José Américo, após o chamado “panelaço esmaltado", que aconteceu no domingo (8).
Vale ressaltar que, em dezembro do ano passado, pouco depois da derrota nas eleições presidenciais, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) convocou um protesto – ao qual não compareceu – contra o governo Dilma. Era um ato organizado pelo movimento 'vemprarua', liderado pelo executivo Fábio Tran, que espalha mensagens contra o PT e a presidenta Dilma. Pesquisa desmascarou que o domínio “vemprarua” estava registrado em nome da Fundação Estudar, do bilionário Jorge Paulo Lemann.
O presidente do DEM, Agripino Maia (RN), denunciado ao Supremo Tribunal Federal por receber propina de R$ 1,1 milhão no Rio Grande do Norte, despistou. “Minimizar a manifestação maciça de brasileiros durante um pronunciamento de uma presidenta em rádio e televisão é não entender o ineditismo do fato”, disse.
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