Aloysio sintetiza o discurso de ódio tucano: “Quero sangrar a Dilma”
A lista de parlamentares que serão investigados pela Operação Lava Jato, divulgada na sexta-feira (6), que inclui o nome do senador Antonio Anastasia (PSDB), elevou o clima de disputa. O fato do também senador tucano Aécio Neves, presidente do PSDB e candidato derrotado, ter sido citado pelo doleiro Alberto Youssef por conta de esquemas de propinas em Furnas, causou desespero e desmoralizou o discurso tucano de “moralidade” e criminalização do PT.
Publicado 10/03/2015 11:34
O que a Veja tentou fazer às vésperas do segundo turno das eleições, a grande mídia tenta fazer agora em grande escala para insuflar o evento marcado para o dia 15 de março pelos golpistas da oposição.
Isso porque a tese criminosa da Veja, de que Lula e Dilma sabiam dos desvios da Petrobras, foi novamente desmascarada e o Supremo Tribunal Federal enterrou o único argumento dos golpistas para tentar justificar um impeachment, já que, como reafirmou o STF, não há um único fato para levar adiante uma investigação contra presidenta Dilma.
Partido da elite
Diante disso, a oposição tucana muda o discurso, mas mantém o golpismo. Em evento realizado no Instituto Fernando Henrique Cardoso, nesta segunda (9), em São Paulo, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) mostrou os dentes ao dizer que prefere ver a presidenta "sangrar" nos próximos quatro anos do que afastá-la do cargo.
"Não quero que ela saia, quero sangrar a Dilma, não quero que o Brasil seja presidido pelo Michel Temer (PMDB)", disse Nunes Ferreira, mar afirmou apoiar o ato do dia 15. "Vejo essa palavra [impeachment] como expressão de rechaço à ordem atual, sem entrar no mérito", declarou.
Aloysio disse que o PSDB falhou no debate político por ser carimbado "a tese de que somos um partido da elite”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que defendia a judicialização da política como medida para afastar Dilma, agora diz que "não adianta nada tirar a presidente".
O senador José Serra (PSDB-SP) e o governador Beto Richa, do Paraná, continuam no discurso de impeachment. Richa – que recentemente foi atropelado por um tsunami de manifestações em que milhares de paranaenses foram às ruas contra o desvio de recursos do fundo de previdência para pagar salários –, afirmou que "é possível" um eventual impeachment da presidenta.
Serra quer impeachment
Serra, por sua vez, em entrevista ao jornal El País, afirmou que não é contra o pedido de impeachment e aproveitou para dizer que não descarta se candidatar pela terceira vez à Presidência da República.
Para o tucano, o partido teve “uma posição bastante leniente com o governo Dilma” e reclamou que a presidenta nunca se aproximou para qualquer tipo de proposta. Serra também voltou a defender o “enxugamento da Petrobras”.
"É uma empresa gigante e não há no mundo uma empresa estatal de petróleo que tenha se diversificado tanto. Que tenha se endividado tanto para poder investir e investir de maneira ineficiente", afirmou Serra.
Aécio, por sua vez, se mantém no ninho e tenta ser até discreto para não chamar muita a atenção. Emitiu na sexta-feira (6) uma nota sobre a lista da Lava Jato em defesa de seu afilhado, Anastasia. Ele também comentou, por meio de nota, o pronunciamento da presidenta Dilma afirmando que ela "inventa bodes expiatórios”.
Do Portal Vermelho, Dayane Santos, com informações de agências