Presidente venezuelano chama o povo à luta contra golpistas
Neste sábado (28), o povo venezuelano ocupou as ruas de Caracas em uma grande marcha para repudiar as pretensões intervencionistas do governo dos Estados Unidos nos assuntos internos do país, e para comemorar os 26 anos da Rebelião Popular de 27 e 28 de fevereiro de 1989, conhecida como “O Caracazo”, demostrando que seguirá vencendo e defendendo sua independência perante aqueles que pretendem submetê-lo aos interesses imperialistas.
Publicado 28/02/2015 23:51
Nesse sentido, durante um pronunciamento em rede de rádio e televisão na parte exterior do Palácio de Miraflores, sede do governo, o presidente da República, Nicolás Maduro, confirmou seu chamamento à defesa da paz como resposta à ingerência estrangeira e à guerra econômica e midiática que empreendem setores da direita, com o apoio de empresários e de seus aliados internacionais.
"Nossa vitória sempre será a paz, a soberania, a independência", disse Maduro, ao tempo em que indicou que somente no ano de 2014, quando a ultradireita empreendeu atos terroristas que ocasionaram grandes danos a instituições do Estado e espaços públicos, assim como o assassinato de 43 pessoas e a agressão a outras 800, o governo estadunidense emitiu 103 pronunciamentos contra a Venezuela, e em 2015, até agora, fez 65 comunicados contra a pátria de Bolívar.
"Eles achavam que Nicolás Maduro não aguentaria um tranco (fazendo referência aos fatos violentos liderados pela direita em 2014). Mas, senhores imperialistas do norte, não é Nicolás Maduro, é um povo inteiro que está decidido a ser livre e não se vai deixar derrotar pelo império estadunidense. Esta é a verdade", afirmou.
Os planos de desestabilização não cessaram neste ano e setores da direita continuam conspirando com forças estrangeiras para derrocar o governo bolivariano através de um golpe de Estado.
Diante desta situação, Maduro anunciou neste sábado uma série de medidas – ajustadas à Convenção de Viena, ao Direito Internacional e à Constituição da República – para proteger a pátria: revisar e adequar o número de funcionários norte-americanos em território bolivariano, e aqueles que permanecerem no país só poderão realizar reuniões com autorização prévia do governo venezuelano e deverão reger-se pelas leis e regulamentos venezuelanos, tal como contempla a Convenção.
Igualmente, se estabelecerá um sistema de outorga de vistos para os estadunidenses que queiram ingressar no país e se fará uma lista com os nomes de representantes norte-americanos que tenham sua entrada no país proibida devido a sua intervenção em atos terroristas contra a Síria, o Iraque e o Vietnã, entre eles George W. Bush (ex-presidente dos Estados Unidos), George Tenet (ex-diretor da CIA), Robert Menendez (senador do Partido Democrata) e Marco Rubio (senador republicano), entre outros.
União pela pátria
Diante das pretensões intervencionistas, Maduro manifestou que o destino do povo venezuelano deve ser a luta revolucionária para consolidar o triunfo da pátria. "Levemos apenas uma palavra de ordem para poder fazer a pátria: trabalhar e lutar, estudar e lutar, amar e lutar. Triunfar, triunfar, triunfar, este é o destino do povo venezuelano", disse.
O mandatário convocou os venezuelanos ao trabalho, ao estudo, ao respeito à paz e à Constituição da República.
“Conclamo toda a pátria a nos unirmos e a nos prepararmos, e lhe peço que diga a verdade. Este ano vão realizar-se eleições à Assembleia Nacional e o povo venezuelano voltará a triunfar nessa eleição. Esta é a verdade”, enfatizou Maduro.
Nicolás Maduro também convocou os venezuelanos a que continuem construindo o socialismo com uma revolução dos valores para erradicar as heranças capitalistas que ainda prevalecem no país.
Despertar histórico
Há 26 anos as ruas da Venezuela foram o epicentro do despertar histórico do povo venezuelano, disse o presidente Maduro, referindo-se ao “Caracazo”, rebelião popular que o país viveu em 27 e 28 de fevereiro de 1989 depois do anúncio de medidas econômicas neoliberais que afetavam a maioria da população.
"Da explosão social, da rebelião de 26 anos atrás surgiu uma Revolução que estamos construindo com nossas mãos, um projeto de Pátria", expressou o chefe de Estado, que também comentou que o povo que se rebelou contra as medidas capitalistas é o mesmo que “se organizou, que encontrou um líder, Hugo Chávez, que encontrou um projeto, o projeto de Bolívar, e agora é o povo vitorioso do século 21”.
O presidente indicou que a direita venezuelana busca enganar o povo soberano, com o objetivo de alcançar o poder, mas não conseguirá, porque a população avançou com as bases do socialismo e os ideais do líder da Revolução.
Maduro comentou também que a oligarquia que se encarregou de massacrar o povo junto aos governos capitalistas e neoliberais da 4ª República, é hoje uma oposição minoritária que busca “comprar militares para que deem um golpe de Estado e volte a massacrar”.
Nesse sentido, Maduro instou uma vez mais a direita venezuelana a se desligar do jogo de duas caras através do qual alguns setores apoiam golpes de Estado e ações intervencionistas, enquanto fazem planos eleitorais.
“Nós queremos a paz, mas já disse à oposição que não vou mais aceitar o jogo de duas caras. Os que se metam pelo caminho da conjura, da conspiração, da violência e do golpe de Estado e subestimem o povo e a lei, só podem esperar um destino: a prisão e a justiça”.
Redação do Vermelho com Agência Venezuelana de Notícias”