Socorro Gomes participa de missão de solidariedade ao povo venezuelano
A Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) realiza uma missão de solidariedade à Venezuela, com o apoio e a participação do Conselho Mundial da Paz (CMP), entre os dias 20 e 28 de fevereiro. A presidenta do CMP e do Cebrapaz Socorro Gomes está em Caracas, onde participou da Tribuna Anti-Imperialista, na quarta-feira (24), ao lado dos representantes de 27 países membros da FMJD.
Publicado 27/02/2015 16:49
A delegação também foi recebida pelo Ministério das Relações Exteriores, pelo Ministério da Educação e pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados da Venezuela. Além disso, Socorro participou de um programa de rádio com o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Em reunião com movimentos sociais, de juventude e o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), Socorro verificou a firmeza da unidade popular neste momento de grandes desafios na defesa da soberania nacional, contra as investidas do imperialismo. A presidenta do CMP e do Cebrapaz enfatizou a necessidade de denúncia dos reais objetivos da oligarquia venezuelana aliada aos interesses estadunidenses: “o saqueio das nossas riquezas e o retorno ao passado”.
“Os movimentos sociais e indivíduos solidários ao povo venezuelano na defesa da sua revolução bolivariana têm claro o que está em jogo. Acompanhamos com atenção a transformação não apenas da Venezuela desde a chegada do companheiro Hugo Chávez ao governo da nação, mas de toda a América Latina. O processo de afirmação da soberania nacional, para dentro e para fora do país, foi assentado no caminho da democracia e da libertação bolivariana,” continuou Socorro.
“Pela primeira vez em nossa história, nossos povos têm cada vez mais motivos de orgulho, vêm sua luta por justiça e mudanças, ainda árdua e ainda necessária, finalmente respeitada. Nossa trajetória é certamente transformadora, mas a mudança e a justiça não interessam às oligarquias que ainda encontram no governo estadunidense, sobretudo, seu principal respaldo e até motivação.”
Para Socorro, é emblemático notar algumas mudanças nas explorações anteriores que beneficiavam os Estados Unidos, como a reavaliação das exportações de petróleo para o país. Antes do governo chavista, nota, os EUA pagavam apenas 1% de impostos sobre o comércio do combustível, mas ao assumir o governo, Hugo Chávez alterou a taxa para 30%, integrando os recursos mais estratégicos do país à sua empreitada pelo desenvolvimento nacional soberano.
O propósito da missão de solidariedade e dos eventos ao longo dos dias – como foi a Tribuna Anti-Imperialista realizada em plena Praça Simón Bolívar – é denunciar as tentativas de golpe e apoiar o povo venezuelano na defesa do processo democrático-bolivariano instaurado pelo comandante Hugo Chávez. Socorro disse que ouviu diversas denúncias sobre a entrada de sicários, ou mercenários, vindos da Colômbia para aderir aos intentos golpistas na Venezuela, o que apenas adiciona gravidade à situação.
Nesta sexta-feira (27), data emblemática dos levantes venezuelanos contra a opressão, o país também marca os 26 anos do "Caracazo", episódio inaugurado por uma rebelião popular contra as medidas neoliberais – "El Paquetazo" – do governo Carlos Andrés Péres, dominado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), e que foi violentamente reprimida pelas autoridades, resultando no massacre de centenas de pessoas. Até hoje a cifra real das vítimas não é conhecida, mas o episódio representa a revolta dos venezuelanos contra medidas anti-populares que à época provocaram a liberação de preços e taxas de juros, aumento do preço da gasolina e do custo dos serviços públicos, entre outras, promovendo a privatização de empresas públicas, escassez de alimentos, aumento da insegurança e outros motivos que empobreciam o povo.
Os delegados na missão de solidariedade reuniram-se com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Cunamá, estado de Sucre, onde também comemoram simbolicamente o aniversário de 70 anos da fundação da FMJD (10 de novembro de 1945) e da derrota do fascismo, principal bandeira de resistência da juventude democrática à época. De acordo com a Prensa Latina, Maduro pediu aos membros da FMJD representando o Oriente Médio, a América Latina, o Caribe e a Europa que transmitissem às suas organizações a mensagem de que “chegou a hora do povo”. O presidente garantiu que o processo bolivariano resistirá firmemente às agressões imperialistas e de seus aliados no país.
“A revolução bolivariana, jovens do mundo, continuará com a sua Constituição, esta terra sagrada nunca será tocada pelo imperialismo e por isso temos um povo consciente e forte e forças armadas coesas”, disse Maduro. “O plano de Chávez era ver o jovem rebelde e anti-imperialista e as nossas forças armadas preservando a sua missão histórica de cuidar das pessoas com base no pensamento de heróis como Simon Bolívar”, acrescentou.
Para Socorro, “na batalha árdua com as investidas externas e internas contra o rumo progressista inaugurado pelo comandante Hugo Chávez e encaminhado pelo presidente Nicolás Maduro, a intervenção do governo venezuelano para garantir o abastecimento de gêneros de primeira necessidade, respondendo à ofensiva desestabilizadora, busca evitar que a população fique desprovida e também o consequente caos político, intencionado pelos golpistas. Além disso, o presidente Maduro enfrenta as pretensões de ingerência do governo dos Estados Unidos, que ameaça o governo bolivariano com sanções, em claro desvio do direito internacional.”
A presidenta do CMP saudou a declaração recente dos chanceleres da Unasul a respeito da ingerência estadunidense como um tema de preocupação para toda a região, cuja estabilidade é ameaçada pelas sanções e pela intervenção norte-americana. Os chanceleres afirmaram a necessidade de defesa da Venezuela e dos países da América Latina contra qualquer ameaça externa que afete a prosperidade e a paz.
Em discurso na Praça Bolívar, Socorro expressou o apoio brasileiro ao povo venezuelano na defesa da sua soberania, contra a orquestração de mais um golpe, inclusive através da aliança com a elite nacional e a extrema-direita antipatriótica. “Que o rumo anti-imperialista traçado por Chávez sobre o exercício da soberania venezuelana, mantido pelo presidente Maduro, seja livre das investidas do império. A unidade dos civis e das forças armadas contra o golpe que se orquestra será vitoriosa para assegurar a paz no processo democrático e bolivariano,” enfatizou.
Fonte: Cebrapaz