Ângela Carrato: A mídia e seus interesses
Conceitualmente, a mídia possui quatro objetivos: informar, educar, entreter e prestar serviços, sempre de olho no interesse da maioria dos cidadãos. Isso é ensinado em qualquer curso de Jornalismo/Comunicação e é também a percepção que vigora na sociedade, entre o chamado senso comum. No entanto, a realidade, cada vez mais, se mostra o oposto disso.
Por Ângela Carrato*
Publicado 27/02/2015 15:08
Notícia há muito deixou de ser o que interessa para a maioria (se é que algum dia o foi) e transformou-se em mercadoria a serviço dos proprietários da mídia e de seus interesses, em geral aliados às grandes corporações. É importante destacar que a grande mídia é, em si, uma corporação. Que o digam as Organizações Globo, no Brasil, Clarín, na Argentina, Televisa, no México, e os gigantes, que cobrem praticamente todo o planeta, News Corporation, do australiano naturalizado inglês Rupert Murdoch, e a norte-americana CNN.
São essas, basicamente, as fontes de informação do cidadão comum, esteja ele vivendo no Brasil, na Europa ou nos Estados Unidos. É exatamente por isso, que este cidadão é tão mal informado. E por ser mal informado, acaba provido de convicções que interessam apenas aos poderosos de sempre.
HSBC, “pauta” sem interesse?
Nas duas últimas semanas, as redes sociais no Brasil e em alguns países da Europa têm denunciado o megaescândalo de lavagem de dinheiro na sucursal suíça do banco inglês HSBC. No entanto, para a chamada grande mídia brasileira, o assunto está passando em brancas nuvens. A “pauta” não teria interesse? Longe disso. Há suspeitas de que pelo menos oito mil ricaços brasileiros integram estas contas. O valor do desvio de recursos é da ordem R$ 20 bilhões, algo 10 vezes maior do que os recursos desviados na chamada “Operação Lava a Jato”, que envolve corrupção na Petrobras e é apontada pela mídia como “o maior escândalo da história do país”. Diante disso, por que a Lava a Jato é manchete há quase três meses e o megaescândalo do HSBC continua não sendo notícia?
Na Europa, o assunto tem dado origem a um salutar debate envolvendo a chamada liberdade de imprensa, com jornalistas e donos da mídia em conflito aberto. Enquanto profissionais de redação, como os do francês Le Monde e os do inglês Daily Telegraph, estão participando da investigação do escândalo, os proprietários acusam estes editores e repórteres de prejudicarem seus negócios. O único jornal que tem tido liberdade para cobrir o assunto tem sido o inglês The Guardian, uma exceção por ser administrado por uma fundação, e não por uma família ou grupo empresarial. Em outras palavras, nunca, de maneira tão aberta, proprietários de mídia deixaram claro quais são seus compromissos e a serviço de quem atuam.
No Brasil, as Organizações Globo, os jornais Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo insistem em ignorar o assunto. A população brasileira não tem direito de conhecer este tema? Onde fica a preocupação com o dinheiro público, com a ética e com o interesse do cidadão que estes veículos vivem bradando em seus editoriais, como já comentou Luciano Martins Costa neste Observatório? Sem dúvida a situação mais embaraçosa é a da Folha de S.Paulo, que participou da investigação sobre o HSBC coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, mas prefere a omissão porque o problema esbarrou nos seus interesses comerciais.
O caso HSBC tornou-se exemplar porque colocou na ordem do dia a falta de independência das redações diante dos interesses comerciais dos donos de empresas jornalísticas. Falta de independência que se é motivo de debate na Europa, é alvo de absoluto silêncio no Brasil. Qual jornalista ou comentarista brasileiro da grande mídia tem se colocado frontalmente contra esta manipulação? Mino Carta, Janio de Freitas e quem mais? A não-notícia do escândalo do HSBC não é um caso isolado. Lamentavelmente as não-notícias têm sido a regra. A mídia nacional e internacional coloca em evidência os assuntos sobre os quais têm interesse e abafa, esconde, não noticia o que não lhes convém. Senão vejamos.
Espetáculo x silêncio
Em se tratando do Brasil, é importante lembrar o verdadeiro espetáculo midiático que envolveu, em 2005, as denúncias do chamando “mensalão petista”, e depois, em 2012, a “cobertura” do julgamento dos políticos e empresários envolvidos no caso. Curiosamente, a grande mídia fez e continua fazendo um silêncio sepulcral em torno do “mensalão tucano mineiro”, de 1998, portanto anterior ao “mensalão petista”, no qual estão envolvidos políticos como o ex-governador de Minas, Eduardo Azeredo, e o ex-vice-governador Clésio Andrade.
Até o momento, transcorridos mais de 10 anos da denúncia, ninguém foi julgado e à exceção de alguns poucos veículos, como a revista CartaCapital, os únicos citados como corruptos no Brasil continuam sendo os petistas e alguns de seus aliados. Há risco, inclusive, da denúncia do “mensalão tucano” caducar sem ser julgada e não se vê uma linha escrita na mídia comercial sobre o assunto.
Ainda no caso brasileiro, é interessante – e ao mesmo tempo estarrecedor – observar como a grande mídia faz coro com a oposição (política e judicial) no que diz respeito a exigir punição para os envolvidos na Operação Lava a Jato e silencia-se quando esta mesma operação começa a esbarrar nos dois governos do tucano Fernando Henrique Cardoso (1996-2002). Se é para apurar, não se deveria apurar até as últimas consequências? Ou esta apuração só tem sentido se servir a interesses maiores como a tentativa de desestabilizar um governo democraticamente eleito como o de Dilma Rousseff?
A cena se torna mais estarrecedora ainda quando se observa as semelhanças entre o comportamento da mídia brasileira no momento atual e o que se passou recentemente em países como Paraguai e Egito, e mesmo o que está acontecendo na vizinha Argentina. Guardando-se as peculiaridades históricas, culturais e mesmo geopolíticas de cada desses países, pode-se afirmar que a mídia tem contribuído mais para a instalação de ditaduras e governos não democráticos do que para o avanço das instituições e para uma vida melhor para a maioria destas populações.
Silêncio sobre o narcotráfico
No Paraguai, a mídia local e a brasileira foram praticamente unânimes ao condenarem o então presidente Fernando Lugo e justificarem o impeachment de que foi vítima em junho de 2012. Os governos que integram a Unasul, por outro lado, foram unânimes ao condenarem o golpe judicial de que Lugo foi vítima. Razão pela qual estes governos foram duramente combatidos por esta mídia que não poupou críticas à Unasul e ao próprio Mercosul por ter suspendido o Paraguai do tratado comercial, com base na cláusula democrática que o rege.
A acusação que pesava sobre Lugo era estranha, para dizer o mínimo: ele teria sido o “responsável” pela morte de camponeses em uma disputa por terras no interior do país. Ao longo da história do Paraguai, milhares de camponeses foram mortos, sem que a mídia se interessasse pelo assunto. Bastou Lugo chegar ao poder, derrotando 61 anos de domínio do arqui-conservador Partido Colorado, para a mídia se transformar em defensora dos direitos humanos e culpá-lo por disputas que sempre existiram.
A votação do impeachment de Lugo durou menos de 12 horas e ele teve pouco mais de duas horas para se defender. Diversos especialistas em política, relações internacionais e direito constitucional de diferentes países manifestaram-se a respeito deste processo, condenando os procedimentos adotados, convencidos que se tratou na prática de um golpe de estado “branco”.
Para a socióloga Lorena Soler, professora de História do Paraguai, da Universidade de Buenos Aires, “diferentemente do passado, o ‘novo golpismo’, liderado por civis, apela a formatos constitucionais e mantém uma fachada institucional, sendo o caso mais similar a substituição ‘constitucional’ de Zelaya em Honduras, em 2009”. No entanto, a possibilidade de apelar a uma legalidade abstrata, profundamente ideológica, embora disfarçada de imparcialidade, alerta Soler, só é possível quando a maior parte da mídia participa do processo e quando não há setores que disputem esse argumento. Vale dizer: quando não há batalha pela comunicação.
No Paraguai havia muitos setores contrários à deposição de Lugo, mas a mídia os escondeu. Os graves atentados aos opositores de Lugo igualmente não se tornaram notícia, apesar da mídia de lá se dizer “comprometida com a liberdade de expressão”.
Tanto a mídia paraguaia quanto a de seu maior vizinho, o Brasil, fazem silêncio sepulcral sobre o atual presidente do país, o empresário e dirigente desportista Horácio Cartes, do Partido Colorado. Um dos homens mais ricos do Paraguai, Cartes é apontado como vinculado à rede de narcotráfico e lavagem internacional de dinheiro. Em 2004, a Receita Federal do Brasil chegou a abrir processo contra uma empresa de sua propriedade, Tabesa, por contrabando de cigarros. Em 2012, a empresa Souza Cruz denunciou Cartes formalmente ao governo brasileiro acusando-o por concorrência desleal. O presidente paraguaio seria o responsável por 42% do cigarro que entra ilegalmente no Brasil. Nos dias atuais, o mínimo que se pode dizer é que o narcotráfico domina o Paraguai, como igualmente domina o México. Mas onde se lê, se ouve ou se assiste a notícias sobre estes assuntos?
Grandes corporações contra Kirchner
Num debate promovido pela TV Pública, Canal 7 de Buenos Aires, em 09/02, sobre o chamado “Caso Nismam”, que há mais de um mês é manchete na mídia argentina e tem sido igualmente destaque na mídia internacional, o senador Marcelo Fuentes, que integra a Frente pela Vitória (FPV), levantou questões interessantes e pertinentes. Segundo ele, a mídia internacional está muito preocupada com a morte de um promotor na Argentina, “que está sendo apurada”, mas “se esquece” das centenas de mortes que têm ocorrido no México, na fronteira com os Estados Unidos, envolvendo pessoas comuns, sobretudo jovens, e também jornalistas. Nos últimos sete anos, por exemplo, mais de 50 jornalistas foram mortos no México e o sentimento dominante na sociedade é o de medo.
A explicação de Fuentes para o destaque à morte de Nismam e o silêncio sobre as mortes no México é uma só: “Às grandes corporações internacionais, interessa desgastar um governo progressista como o de Cristina Kirchner, ao mesmo tempo em que não interessa criar qualquer problema para um governo aliado e subserviente a estas corporações e ao próprio governo norte-americano, como o de Enrique Peña Nieto, no México.”
Semanas antes das eleições de junho de 2012, o jornal londrino The Guardian já havia denunciado a aliança entre o principal grupo de comunicação mexicano, Televisa e Peña Nieto. Ainda candidato, Nieto teria pago às emissoras do grupo em troca de notícias favoráveis à sua candidatura. O processo estaria tendo continuidade em seu governo. O esquema montado por Peña Nieto com a Televisa envolveu também uma estratégia para evitar qualquer visibilidade para seu opositor, Andrés Manuel López Obrador. O esquema, segundo as denúncias, contou com o apoio do ex-presidente do México, Vicente Fox.
O diretor-executivo do grupo Televisa, Emilio Azcárraga Jean, é um dos mais influentes empresários mexicanos. O grupo possui três canais de TV nacionais, duas operadoras de TV a cabo e está presente também no ramo editorial, além de ser dono de três clubes de futebol. O grupo possui ainda 5% das ações da Univisión, o maior canal hispânico dos Estados Unidos. Fatos que explicam muita coisa.
Este arranjo e, sobretudo, o apoio incondicional de Nieto aos interesses norte-americanos, têm sido fundamentais para que o México continue sendo mostrado pela mídia ao resto do mundo como um país “tranquilo”, sem mensalões, corrupção ou coisas que o valham, enquanto a divulgação sobre o Brasil e a Argentina os apresenta como próximos de uma guerra civil. O que em absoluto corresponde à realidade.
Clarín e a guerra contra Cristina
No dia 18 de fevereiro, sob o pretexto de lembrar um mês da morte do promotor Nisman, a oposição ao governo de Cristina Kirchner convocou uma marcha em Buenos Aires. Oficialmente, a convocação partiu de colegas de Nisman, mas, na prática, atrás destes colegas estão os setores mais conservadores daquela sociedade, em especial a mídia comercial, empresários ligados aos interesses de grandes corporações internacionais, além de membros do Judiciário e dos órgãos de segurança inconformados com um governo mais à esquerda como o realizado pelo casal K, como são conhecidos Néstor, já falecido, e sua esposa, herdeira política e atual presidente, Cristina.
Na Argentina, ao contrário do México, a mídia comercial está em guerra contra o governo de Cristina Kirchner por causa da Ley dos Medios. Aprovada em 2009, mas em vigor a partir de 2014, esta lei determina o fim dos monopólios midiáticos no país, sendo o principal deles o encabeçado pelo Grupo Clarín, as Organizações Globo de lá. O grupo cresceu à sobra da ditadura na Argentina e seu dirigente teve participação direta nas sessões de tortura contra a esposa e herdeira de um dos grupos jornalísticos concorrentes.
O jornal Clarín e as demais empresas do grupo não perdem oportunidade para tentar desestabilizar o governo de Cristina Kirchner. Nas últimas semanas, seus veículos têm visivelmente insuflado a população contra Kirchner, sob o argumento que ela é responsável pela morte do fiscal Nisman, que investigava um atentado ocorrido há 20 anos numa instituição judaica no país. As investigações estão em andamento e não se sabe se ele suicidou-se, foi morto ou induzido a suicidar-se. É importante lembrar que a comunidade judaica na Argentina é das maiores no mundo fora de Israel. Seja como for, a presidente não tem responsabilidade sobre o assunto, num país onde prevalece a democracia e os três poderes estão em funcionamento.
Os responsáveis pela segurança de Nisman – que faltaram ao trabalho no dia de sua morte – integram a polícia, ao passo que os encarregados pela apuração de sua morte são membros do Judiciário. Apesar disso, a mídia comercial argentina tem se valido deste pretexto para tentar desestabilizar o governo que, por sua vez, tem enfrentado estes setores, travando a chamada batalha pela informação. No dia seguinte à marcha convocada pelos opositores, os partidários da presidente, tendo ela própria à frente, fizeram uma manifestação que reuniu 60 mil pessoas no centro de Buenos Aires. Jornais como Página 12 e a TV Pública têm realizado coberturas próprias, que desmentem e mostram as manipulações e contradições da mídia comercial sobre o assunto.
Como este é um ano eleitoral, a Argentina, deve continuar aparecendo, de forma negativa nas manchetes internacionais. Afinal, como lembram os setores de oposição de lá, “o ideal seria a antecipação das eleições para maio”. Se não for possível, pretendem “sangrar” o atual governo para evitar que ele faça seu sucessor. Se vai dar certo é difícil prever, mas que a mídia comercial argentina tem papel central nesta estratégia, não há dúvida. Mais ainda: qualquer semelhança com o que aconteceu e está acontecendo no Brasil não é mera coincidência.
Egito sumiu da mídia
Outro caso sintomático de como a mídia comercial não está interessada em democracia, direitos humanos e muito menos em liberdade de expressão, valores que diz defender, refere-se ao Egito. Em julho de 2011, Mohamed Morsi, do tradicional partido político Irmandade Muçulmana, foi eleito presidente do país. Sua eleição colocou fim a uma longa ditadura militar apoiada pelos Estados Unidos. Morsi quis introduzir mudanças que desagradavam a grupos internos pró-Ocidente (leia-se Estados Unidos e Israel) e aí os problemas começaram. A situação econômica do Egito não era das melhores, mas nada que justificasse protestos, manifestações e a onda de greves como as que tomaram conta do país e foram transmitidas em tempo real, 24 horas por dia, para todo o mundo.
No Brasil, por exemplo, a Globo News retransmitiu diariamente a cobertura que a CNN fez, dedicando grande parte de sua programação ao assunto. Os protestos foram tratados como “Revolução da Juventude” e “Revolução de Lótus”, além de integrarem a chamada “Primavera Árabe”. A deposição de Morsi pelos militares, apoiada pelo Ocidente, foi, na ótica de comentaristas destes veículos, um grande avanço para a democracia naquele país africano. De lá para cá, os protestos no Cairo e demais cidades do Egito sumiram do noticiário dos jornais e TVs. Isto é sinal de que está tudo bem no Egito?
Ao contrário. O ex-presidente Morsi está preso e enfrenta, esta semana, o seu quinto processo, diante de um tribunal militar. Ele é acusado pela morte de 31 pessoas em Suez, no leste do país, e pode ser condenado à morte. No mesmo dia dessas mortes, 700 integrantes de movimentos pró-Morsi foram mortos no Cairo. Curiosamente, a imprensa internacional tem feito silêncio sobre o assunto. Quando o tema merece algum registro, não vale mais que uma pequena notícia descontextualizada, escondida em um canto de página. O Egito, mesmo tendo um presidente eleito, experimenta nos dias atuais uma repressão brutal. A Irmandade Muçulmana foi colocada na ilegalidade e seus membros têm sido perseguidos e fuzilados. Isto não seria motivo de coberturas e reportagens sobre o assunto?
Tarefa de todos
A situação na Líbia, país vizinho ao Egito, não é muito diferente. Até a deposição e morte de Muamar Kaddafi, apresentado para o Ocidente como um ditador sanguinário, o país era manchete diária nos principais veículos de comunicação do mundo. A deposição de Kaddafi foi saudada pelo presidente norte-americano, Barak Obama, como o exemplo de “um povo a determinar seu destino próprio”. Há três anos, no entanto, a Líbia está mergulhada numa sangrenta guerra civil, com dois governos. Um que foi forçado a deixar a capital, Trípoli, e outro que lá se instalou. A Líbia é considerada hoje um “Estado que falhou”, pois não conseguiu reconstituir-se e curiosamente deixou de interessar à mídia, exceto quando grupos considerados terroristas podem trazer ameaças ao Ocidente.
Por tudo isso, parece nítido que a realidade apresentada pela mídia comercial, brasileira e internacional, está longe de destacar o quê de mais importante, sério ou grave se passa aqui e no mundo. O enfoque que esta mídia dá – o que ela noticia e o que ela deixa de noticiar – tem a ver com seus interesses (e os de quem a controla) e não com possíveis atentados à democracia, direitos humanos ou liberdade de expressão. Dito de outra forma, cada vez mais a manutenção e o aprofundamento da democracia exige um enfrentamento em relação aos monopólios midiáticos.
E se esse é um problema em praticamente todo o mundo, assume contornos muito mais graves em países da América Latina, África e Ásia. Além destes países não contarem com efetivas vozes no cenário midiático internacional, internamente enfrentam a oposição dos monopólios midiáticos locais, em geral associados aos setores mais retrógrados destas sociedades. Em alguns países, como no Brasil, onde a oposição se mostra cada dia mais débil, a mídia tem chamado para si o papel de oposição aos avanços democráticos. Razão pela qual enfrentar estes conglomerados, sejam eles Globo, Clarín ou Televisa, se torna uma tarefa urgente para estas sociedades. Tarefa que não pode ser deixada apenas para os governos. Ela precisa e deve envolver a sociedade como um todo, começando pelos mais diretamente envolvidos no assunto, que somos nós, jornalistas, profissionais e professores da área.
*É jornalista e professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG. Este artigo foi publicado no blog Estação Liberdade