Venezuela lembra Chile antes da derrubada de Allende
A campanha em curso para desacreditar a equipe do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está entrando em um estágio muito sério. Este fato, contraposto a uma série de outros, levam à conclusão de que Venezuela está sendo preparada para uma “revolução colorida”, explica o especialista em América Latina Mikhail Belyat.
Publicado 26/02/2015 16:13
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a descoberta de um complô internacional contra o seu país, promovido por forças de direita de alguns países. Maduro manifestou a opinião de que esta atividade estaria relacionada com a oposição venezuelana. Na quinta-feira (19) passada, o prefeito de Caracas e opositor de Maduro, Antonio Ledezma, foi preso por estar ligado ao complô.
Segundo o especialista em América Latina, professor da Universidade Estatal Russa de Ciências Humanas, Mikhail Belyat, a versão de um complô contra a Venezuela é crível, principalmente quanto à participação dos EUA.
“Aquilo que está acontecendo agora na Venezuela me lembra muito do que aconteceu no Chile em 1973, antes da derrubada do presidente Allende. É um quadro muito parecido. Foi provocada uma falta de alimentos, um impressionante aumento nos preços e a escalada da inflação. Na minha opinião, isso tudo não pode ser explicado somente com as decisões incorretas do governo de Nicolás Maduro. A tática de descrédito de sua equipe está em uma fase bastante avançada no momento e isso é um componente da tecnologia de produção de qualquer ‘revolução colorida’”, explicou.
Segundo o cientista, está se aproximando também a segunda parte do plano de desestabilização da Venezuela.
“O deputado do congresso norte-americano Carlos Curbelo já encaminhou ao Barack Obama uma proposta de introdução de sanções contra a Venezuela pela prisão do prefeito de Caracas. Os argumentos são iguais aos de sempre. Não há democracia na Venezuela e a prisão do prefeito demonstra mais uma vez a posição antidemocrática do governo, contra qual devem ser aplicadas as sanções. Isso eu considero uma segunda etapa do programa elaborado pelos Estados Unidos contra a Venezuela”, concluiu Mikhail Belyat.
Fonte: Agência Sputnik