Rússia concorda com retirada de armas pesadas do Leste da Ucrânia
A Rússia concorda com a necessidade das partes do conflito ucraniano implementarem imediatamente a retirada do armamento pesado para a linha de contenção, afirmou o ministro de Relações Exteriores do país, Serguei Lavrov.
Publicado 25/02/2015 15:53
Lavrov participou, nesta terça-feira (24), de uma reunião de chanceleres em Paris no chamado quarteto de Normandia (Rússia, Alemanha, França e Ucrânia) para avaliar o cumprimento dos acordos de 12 de fevereiro em Minsk e reunir esforços coletivos na busca da paz na ex-república soviética.
Durante sua viagem de volta a Moscou, Lavrov comentou à imprensa russa que os colegas francês e alemão concordaram com a ideia de que não fazia sentido esperar um cessar-fogo total para começar a retirada do armamento pesado, segundo informou a emissora de televisão Rossia 24.
A trégua, decretada no dia 15 de fevereiro, e a retirada das armas de alto calibre, constituem os pontos principais do memorando conhecido como Minsk-2 e considerado uma última tentativa para chegar ao fim das hostilidades no sudeste ucraniano.
“Nesse sentido vemos de maneira positiva os passos empreendidos pelas milícias de Donetsk e Lugansk”, disse Lavrov.
“Se o plano para a primeira etapa de retirada do armamento pesado entre Donbass e o comando ucraniano for ratificado, considero que será então um progresso importante”, analisou.
Lavrov indicou que houve consenso entre os quatro ministros para estender o período de mandato da missão especial da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na Ucrânia, que acaba em março, e para aumentar o financiamento de seu trabalho.
Os titulares da diplomacia da Rússia, Alemanha, França e Ucrânia avaliaram também a possibilidade do Grupo de Contato, auspiciado pela OSCE, verificar a implementação do resto dos temas no memorando de Minsk, em particular, o processo político, que deverá conduzir o conflito a uma solução pacífica.
O acordo assinado por representantes da OSCE, de Donetsk, Lugansk e da Rússia contempla a preparação de eleições locais em Donbass, realização da reforma constitucional e a restituição dos vínculos econômicos e sociais entre Kiev e as regiões, e dos serviços bancários à população.
Lavrov demonstrou esperanças de que Kiev não tenha mais desculpas para não dar segmento político aos acordos de Minsk, uma vez concluído o processo de retirada do armamento pesado.
Por enquanto, o exército ucraniano não deu um passo para começar a retirada das armas de alto calibre, com o argumento de que deve prevalecer um cessar-fogo total.
O porta-voz da Defesa da proclamada República Popular de Donetsk (RPD) Eduard Basurin declarou que as regiões insurgentes adotaram a decisão de continuar com o cronograma marcado com a contraparte ucraniana, entre 22 de fevereiro e 7 de março.
O oficial reafirmou que os grupos da RPD cumprem estritamente o decreto de cessar-fogo.
O coronel general russo, representante de seu país no Centro Conjunto de controle e coordenação para o armistício, Alexander Lentsov, disse aos jornalistas que o deslocamento do armamento só está acontecendo nos territórios de Donetsk e Lugansk.
Fonte: Prensa Latina