Coalizão pela reforma: Gilmar Mendes tenta justificar o injustificável
Mais de uma centena de lideranças de todo o Brasil estiveram reunidas na capital do país para debater a proposta de reforma gestada pela Coalizão da Reforma Política Democrática e Eleições Limpas. O tema da reunião foi "Reforma política ampla e democrática e que tenha por centro o financiamento público de campanha".
Publicado 25/02/2015 20:57

Em entrevista a Márcia Xavier, do Portal Vermelho, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Aparecida do Norte (SP), cardeal Raymundo Damasceno, falou sobre a centralidade desta pauta e sobre o trabalho coletivo das mais de 100 entidades envolvidas nessa proposta.
“Nós não somos donos da verdade, mas queremos contribuir com esse projeto, que queremos que seja o melhor para o Brasil. Essa proposta é apoiada por esta Coalizão bastante ampla, bastante significativa enquanto representante da sociedade brasileira e atende as necessidades da sociedade por um projeto de reforma política democrática”, afirmou.
Na mesma linha, José Antônio Moroni, do colegiado de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e conselheiro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), afirmou que a reforma política, dentre outras funções, contribuirá para o fim de anomalias históricas. Em entrevista à jornalista da Liderança do PCdoB na Câmara, Christiane Peres, Moroni afirmou que o "sistema político atual só favorece aos que detêm o poder econômico".
Moroni também comentou a postura do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que não tira de sua gaveta a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 4.650, proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), contra o financiamento empresarial de campanhas eleitorais.
"Ele tenta justificar o injustificável diante da opinião pública, que é justamente ser favorável ao financiamento privado de campanha. Do ponto de vista jurídico, o argumento proposto por Gilmar Mendes não se sustenta. O próprio da ação [Adin] já fala é uma ação para o Supremo julgar constitucionalidade", esclareceu ele.
*Entrevista Márcia Xavier, jornalista do Portal Vermelho, e Christiane Peres, jornalista da Liderança do PCdoB na Câmara.