Querem as riquezas do Brasil e sacrificar Dilma, afirma cineasta
O país não pode abrir mão da Petrobras e de empreiteiras brasileiras que têm não só mercado nacional como internacional, dada a qualidade dos serviços, know-how técnico dessas empresas, “hoje patrimônio nacional”, afirma o cineasta Luiz Carlos Barreto em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.
Publicado 24/02/2015 16:32
“Punam-se os responsáveis, as pessoas que praticaram os malfeitos, como diz a presidenta Dilma”, diz o cineasta, acrescentando que é preciso preservar a existência das empresas. Tanto a Petrobras quanto as empreiteiras foram vítimas de maus gestores, de aventureiros, na opinião do cineasta.
“Se a gente fosse punir o Congresso Nacional por cada malfeito que os deputados e os senadores fazem através dos tempos, os escândalos que aparecem envolvendo parlamentares, se você fosse culpar e fechar o Congresso, nós viveríamos em permanente regime de ditadura”, avalia.
E continua: “Você não pode pedir o fechamento do Congresso porque um deputado ou senador ou ambos cometeram atos irregulares; a mesma coisa se aplica à Petrobras e empreiteiras. Você não pode querer liquidar com as empresas ou privatizar a Petrobras porque alguns dirigentes ou funcionários cometeram atos ilegais”.
Para o cineasta, a delação não é aceitável, porque quem delata, segundo ele, não merece credibilidade. Ele pondera que todas as acusações estão sujeitas a prova, mas a mídia já incriminou e julgou de maneira acabada. “Hoje o noticiário não é apenas informativo, ele é conceitual; o noticiário virou algo opinativo, a notícia já é redigida de uma maneira contra os manuais de redação. A reportagem deve ser informativa, não pode ser opinativa.”
O que existe na verdade é uma luta de posse pelo pré-sal, segundo o cineasta. “O pré-sal, que é a maior reserva de petróleo do mundo, porque ele vai de Porto Alegre a Belém, segundo os estudos e as prospecções, então, isso é um patrimônio nacional e hoje a Petrobras é igual à Amazônia. Querem privatizar a Petrobras como internacionalizar a Amazônia, quer dizer, são interesses econômicos de se apossar de uma riqueza nitidamente nacional”, afirma.
“A desgraça da Petrobras é ela ter descoberto o pré-sal, isso despertou toda a ambição da banca internacional, do capital financeiro internacional, isso é o que está na cara. Nós estamos vendo o filme se repetir: o Getúlio (Vargas) foi levado ao suicídio por causa da Petrobras; no mesmo ano de sua morte, foi derrubado Perón (na Argentina). Hoje estão tentando derrubar a Dilma e a presidenta da Argentina (Cristina Kirchner).”
"Tudo isso ocorre porque não conseguiram derrotar a presidenta Dilma nas urnas", destaca o cineasta. “Através das urnas, as camadas populares entenderam que esses governos são a favor da população pobre, que hoje em dia está fidelizada com os partidos de tendência de esquerda. Não é só o problema da corrupção, porque quanto a isso você pune a pessoa e acabou. O problema é se apossar das riquezas que estão no solo brasileiro. Isso sacrificou Getúlio, João Goulart, e agora querem sacrificar a Dilma, o Lula e todos os líderes populares que surjam ou venham a surgir terão esse tipo de combate.”
Fonte: Rede Brasil Atual