Prefeito de Caracas é preso acusado de tentativa de golpe
O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, fez um discurso explicando as ações que tem tomado contra a tentativa de derrubada de seu governo. O mandatário aproveitou para tranquilizar a população e pedir que os venezuelanos sigam lutando. O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso e será processado por crimes contra a Constituição e a paz do país.
Publicado 20/02/2015 11:43
Ele instruiu, nesta quinta-feira (19), os Conselhos presidenciais do Poder Popular para que apresentem um plano nacional que permita a defesa da pátria; da Revolução Bolivariana e contra os ataques ao direito da Venezuela, que ocorreram com o apoio do império americano.
Do lado de fora do Palácio de Miraflores, em Caracas, o presidente chamou o povo para defender a paz nacional e "para lidar com qualquer cenário que possa ocorrer na Venezuela, em consequência da agressão imperial contra o nosso país", como o plano de golpe revelado na semana passada que conta com o envolvimento de setores da extrema direita e um pequeno grupo da aviação militar, com o apoio do governo dos Estados Unidos.
"Na Venezuela governamos para os venezuelanos sob os ditames da Constituição, o Plano do país, e estamos fazendo a Revolução Bolivariana, uma revolução de independência. Os imperialistas do Norte não aceitam, nem nunca aceitarão, por isso, temos de nos preparar, compatriotas, para defender a integridade do país, a soberania e a dignidade da Venezuela em todos os cenários que se colocam hoje, amanhã e para sempre ", disse ele.
Leia mais:
Venezuela destaca apoio recebido de 120 países contra ingerências
Ingerência dos EUA na Venezuela é evidente, diz Fernando Lugo
Sociedade venezuelana reage contra tentativa de golpe de Estado
O chefe de Estado observou que o plano imperialista é expresso através da "face política, diplomática, econômica e financeira. A cada dia nos bastidores procuram fazer danos financeiros ao país".
Segundo o mandatário, entre os planos também está incluída a conspiração interna e ações de apoio ao golpe na imprensa internacional em países como Colômbia, EUA e Espanha.
Como exemplo de tais ataques, o presidente mencionou uma publicação durante esta semana, na Colômbia, de um desenho animado que deforma o emblema nacional da República para expressar o governo venezuelano de forma depreciativa.
O presidente Nicolas Maduro também denunciou o jogo duplo da direita venezuelana, que por um lado, planeja um golpe, sabota a economia e por outro se vale das eleições democráticas para obter um cargo público.
O líder nacional afirmou que aos poucos vão se revelando os planos de representantes da direita para derrubar o governo legítimo que ele preside. Ele citou como um dos personagens Antonio Ledezma, eleito prefeito de Caracas pelo atual sistema eleitoral venezuelano, e Maria Corina Machado, deputada eleita à Assembleia Nacional em eleições livres e diretas.
Neste sentido, Maduro disse que, por ordem do procurador-geral, Antonio Ledezma foi preso e será processado por crimes contra a Constituição e a paz do país.
Ledezma, foi um dos signatários do "Acordo Nacional para a Transição", publicado em 11 de fevereiro, um documento que seria o ponto de partida para o desenvolvimento de um plano de golpe descoberto pelas autoridades venezuelanas na semana passada.
Maduro disse que ele "tem um cargo eleito, que é reconhecido por nós, como deveria ser, e tem a intenção de usar o poder do cargo público legal para buscar a violência, a tentativa de golpe e a desestabilização contra o povo e o governo da Venezuela”.
A este respeito, ele disse que aqueles que estão por trás do golpe desarticulado responderão na justiça venezuelana. "Os que estão por trás desses ataques devem ir para a cadeia e pagar", acrescentou.
O presidente também disse que tem em suas mãos o manifesto que iria enquadrar as ações subsequentes da tentativa de golpe de Estado, em que se propõe a supressão dos poderes constitucionais para dissolver a estrutura do Estado. “Somente através da justiça nós vamos derrotar estas tentativas de golpe, de desestabilizar o país e daremos a paz permanente ao povo", acrescentou.
Durante a cerimônia dos Conselhos presidenciais, Maduro forneceu detalhes sobre a participação de funcionários da Embaixada dos EUA no golpe. Ele disse que tem provas de envolvimento pessoal dos membros da embaixada norte-americana na tentativa de causar danos às Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB), usando as sanções que a administração Obama tenta impor aos funcionários venezuelanos e que foram rejeitadas pelo mundo e pelos organismos internacionais.
O mandatário explicou que uma das ações da Embaixada dos Estados Unidos foi pressionar funcionários da FANB para que aceitassem trair a pátria. "Mas, hoje posso dizer que cada um dos agentes que foram chamados deu uma resposta de dignidade a estes imperialistas".
Com informações da AVN