ONU pede que Israel libere os recursos retidos à Palestina
O secretário-geral adjunto das Nações Unidas para Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman, pediu, nesta quarta-feira (18), a Israel para liberar os US$ 200 milhões retidos à Palestina, medida que afeta as gestões administrativas das autoridades do povo árabe.
Publicado 19/02/2015 10:12

"Trata-se de uma ação que viola as obrigações de Telavive sob os Acordos de Oslo e o Protocolo de Paris, que deve cessar", advertiu em uma sessão do Conselho de Segurança dedicada a analisar a situação no Oriente Médio, em particular o conflito palestino-israelense.
O premier Benjamín Netanyahu resolveu no mês passado reter os fundos, em represália pela decisão palestina de incorporar-se à Corte Penal Internacional, castigo que bloqueia a entrega de recursos arrecadados por conceito de impostos nos territórios ocupados desde 1967.
De acordo com Feltman, "paralisar o trabalho governamental da Autoridade Nacional Palestina não beneficia a ninguém" e só aumenta os desafios fiscais e as tensões.
Em sua intervenção, o diplomata insistiu na urgência de evitar medidas unilaterais que compliquem o já tenso cenário e afastem a reclamada solução dos dois Estados convivendo em paz e segurança.
Para o secretário-geral adjunto, outra dificuldade que deve ser solucionada com urgência é a reconstrução da Faixa de Gaza, devastada pela agressão israelense no verão passado, quando morreram 2.100 palestinos, mais de 10 mil ficaram feridos e cerca de meio milhão perderam suas casas, danificadas ou destruídas pelos bombardeios.
A esse respeito, chamou os doadores a cumprir seus compromissos na Conferência do Cairo, Egito, na qual em outubro último foram oferecidos cerca de US$ 5,4 bilhões para Gaza.
"Preocupa muito a situação na Faixa, a seis meses do conflito, e é inaceitável que sigam sem se entregar os recursos prometidos".
Feltman recordou que a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente e outras entidades do sistema da ONU precisam de imediato dos recursos para dar assistência ao ocupado povo.
Além disso, lamentou a continuidade da repressão de Telavive na Cisjordânia, onde no mês passado um palestino morreu e 156 ficaram feridos, entre eles 31 crianças; enquanto quatro militares ocupantes sofreram ferimentos e 12 civis foram esfaqueados na capital israelense em um ônibus.
"A comunidade internacional e o Quarteto para o Oriente Médio (a União Europeia, Estados Unidos, Rússia e Nações Unidas) devem ajudar às partes a evitar mais violência e a regressar à mesa de negociações", sublinhou.
Segundo alertou Feltman no Conselho de Segurança, "uma paz genuína e duradoura só chegará com o compromisso das partes de superar a desconfiança e de fazer o necessário para solucionar o conflito".
Fonte: Prensa Latina