SP: Apesar das chuvas, níveis dos reservatórios continuam críticos
A quantidade de água armazenada na segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo, alcançou 8,9% nesta quarta-feira (18). O nível do sistema vem subindo diariamente desde o dia 5 deste mês, mas ainda é considerado crítico.
Publicado 18/02/2015 12:44
A primeira cota do volume morto – reserva que fica abaixo das comportas e precisa ser bombeada, e que injetou 182,5 bilhões de litros de água no sistema – começou a ser disponibilizada em maio do ano passado e a segunda cota (com 105 bilhões de litros de água) teve início em novembro, quando o volume do sistema tinha atingido 10,6%.
Fevereiro é considerado o mês que mais choveu no sistema desde janeiro de 2012, segundo informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. Até hoje, a pluviometria acumulada no mês já alcançou o volume de 257,0 milímetros (mm), superando a média histórica esperada para o mês, estimada em 199,1 mm. O último período que registrou o maior índice de chuvas no sistema foi em janeiro de 2012, quando a pluviometria acumulada alcançou o volume de 336,5 mm. O período mais seco foi registrado em agosto de 2012, com apenas 0,7 mm, quando o esperado para o mês era 36,9 mm.
No ano passado, o mês que registrou mais chuva foi em março, com pluviometria acumulada de 193,3 mm, acima da média histórica para o mês (184,1 mm). O periodo mais seco em 2014 foi registrado em junho, com 15,8 mm de chuva acumulada, abaixo do volume esperado para o mês (56 mm).
Os níveis dos demais sistemas que abastecem a Grande São Paulo também subiram. O Alto Tietê passou de 15,2% para 16,3%. O Guarapiranga subiu de 55,6% para 56,3%. O Alto Cotia passou de 34,7% para 35,3%, o Rio Grande de 82% para 82,9% e o Rio Claro de 33,2% para 34,6%.
Governo de SP continua a negar crise
O diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Paulo Massato, afirmou no fim de janeiro que a população paulista pode a qualquer momento conviver com o rodízio, processo esse que fará o abastecimento de água apenas três vezes por semana. Apesar do sistema crítico, o governo de São Paulo não conta com nenhuma medida pontual para que a situação não chegue a tal extremo e continua a culpar insistentemente apenas aos fatores climáticos pelo o desabastecimento, negando que há racionamento e cobrindo dessa forma os anos de má gestão e sucateamento da Sabesp.
Da redação
Com Agência Brasil