Não criamos o Carnaval, mas o reinventamos brasileiro
"O Carnaval não nasceu no Brasil, é uma herança europeia do período colonial", afirma internacionalista da Faculdade Santa Marcelina – FASM.
Publicado 17/02/2015 10:38
O país está em festa: é Carnaval! Entre blocos de rua, bailes luxuosos e desfiles espetaculares nos “sambódromos” do Rio e de São Paulo, os brasileiros têm um cardápio variado de opções para cair na folia. Mas se pensamos que o Carnaval é criação dos brasileiros, estamos enganados, conforme nos mostra a coordenadora do curso de Relações Internacionais da Faculdade Santa Marcelina, Rita do Val.
“Essa celebração pagã, que tem suas origens na Antiguidade, foi incorporada ao calendário da Igreja Católica na Idade Média para marcar o início da Quaresma”, explica. “Chegou ao Brasil, trazida pelos portugueses no período colonial, por volta do século 17. Essa festa, inicialmente de rua, ganha os salões de baile no século 19, marcando o início das composições das marchinhas de Carnaval”, completa.
No entanto, foi com o presidente Getúlio Vargas que o Carnaval se tornou uma instituição nacional. “O ex-presidente populista aproxima a sua política das manifestações populares, o Carnaval passa a ser organizado e os desfiles das escolas de samba são financiados pelo Estado”, recorda a internacionalista.
Hoje, essa indústria do Carnaval movimenta milhões de reais, emprega centenas de pessoas e é um dos cartões postais do Brasil, conforme elucida a docente. “Estrangeiros vindos de toda a parte chegam ao país para assistir aos desfiles, sair atrás de algum trio elétrico ou simplesmente acompanhar um bloco de rua. Há opções para todos os gostos”.
Ainda que não tenhamos inventado o Carnaval, com certeza, em terras brasileiras ele ganhou tons especiais e contagia a todos. Os quatro dias de festa fazem o país parar e é comum se afirmar que o ano só começa depois da quarta-feira de cinzas. “Em meio às denúncias de corrupção, violência e falta d’água, o momento é de folia e refrigério para o povo brasileiro, que adotou o Carnaval e colocou o seu tempero”, observa.
Com informações da Ascom/Faculdade Santa Marcelina