Bolívia proíbe uso de pele e pluma de animais em fantasias de Carnaval

As autoridades da Bolívia proibiram o uso de peles e plumas de animais nas fantasias que serão usadas no Carnaval do país, assim como o uso indiscriminado de água em brincadeiras ao longo das comemorações.

Carnaval na Bolívia - Reprodução

O Vice-ministério do Meio Ambiente, Biodiversidade e Mudança Climática anunciou em comunicado na última quinta-feira (12) uma resolução que proíbe “a comercialização e aglomeração de animais silvestres”, vivos ou mortos, ou elementos derivados “em comemorações do Carnaval em nível nacional”.

O Ministério do Meio Ambiente e Água e a Polícia Florestal do Meio Ambiente controlarão e confiscarão qualquer produto que seja derivado de animais silvestres, acrescenta a nota.
O vice-ministro de Meio Ambiente e Biodiversidade, Gonzalo Rodríguez, afirmou que a lei será aplicada principalmente nos desfiles bolivianos por causa do Carnaval.

“As brigadas serão mobilizadas por todo o país para evitar a posse ilegal, o comércio e o massacre de animais silvestres que são prejudiciais ao ecossistema”, disse Rodríguez.

As regiões bolivianas comemoram o Carnaval desde de sexta-feira (13), com desfiles de fantasias e bailes típicos que se estenderão até esta terça-feira (17), mas a maior festa do folclore da Bolívia aconteceu no sábado (14), em Oruro.

O Carnaval de Oruro, declarado Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade pela Unesco em 2001, é um dos mais frequentados por bolivianos e turistas estrangeiros.

O governo boliviano e grupos defensores do meio ambiente expressaram diversas vezes a preocupação pela depredação praticada com espécies como os “quirquinchos” (tatus andinos), cujas carapaças são usadas para fazer matracas utilizadas em alguns bailes tradicionais.

Também costumam ser depredados os flamingos-andinos, papagaios, tucanos e condores, que têm as asas e plumas arrancadas para vestir dançarinos que participam de diversos desfiles.

Em algumas regiões bolivianas também é comum a brincadeira com água e espuma, geralmente feitas com balões ou pistolas de brinquedo.

 
O Vice-ministério do Meio Ambiente afirmou que está proibido o uso indiscriminado de água nas comemorações de Carnaval e a brincadeira com espumas que contenham “Hidroclorofluorcarbono 22 (R-22)” por degradar a camada de ozônio e poder gerar riscos à saúde.

Fonte: Anda