PCdoB: 93 anos de história, 93 anos na mesma trincheira
O Partido Comunista do Brasil completará em março 93 anos, sendo que 65 foram de vida clandestina, para poder sobreviver à perseguição sanguinária das ditaduras que enfrentou, sem jamais abandonar suas bandeiras, sem jamais fraquejar, sem jamais abrir mão de seus princípios.
Claudio Machado*
Publicado 10/02/2015 18:27 | Editado 19/11/2020 13:44
Foi em 25 de março de 1922 que um pequeno grupo de trabalhadores brasileiros, vindos de vários estados, se reuniu em Niterói (RJ) e criou o Partido Comunista do Brasil,
Astrojildo Pereira (jornalista), Cristiano Cordeiro (advogado), Joaquim Barbosa (alfaiate), Manuel Cendón (alfaiate), João da Costa Pimenta (gráfico), Luís Pérez (vassoureiro), Hemogêneo Fernandes da Silva (eletricista), Abílio Nequete (barbeiro) e José Elias da Silva (pedreiro). Foram estes os participantes do Iº Congresso, que durou 3 dias e que fundou o partido de mais longa existência no Brasil.
Três anos depois, no dia 1º de maio de 1925 circulou o primeiro número d’A Classe Operária, órgão oficial de comunicação do Partido e que é publicado até hoje. Cinco mil exemplares foram postos em circulação naquele ano, edição significativa para a época, recebida com entusiasmo pelos trabalhadores.
Mas essa longevidade só foi possível por que jamais o PCdoB abandonou a base social de onde veio, preservando os vínculos orgânicos com essa base e mantendo inabalável sua trajetória pela construção da democracia, da soberania nacional e do socialismo.
E honrando sua origem, horando a classe social de onde surgiu e que o compõe, sempre esteve presente nas grandes lutas do povo brasileiro, lutas que conflitaram e conflitam com os interesses das classes dominantes, com os interesses do grande capital nacional e transnacional e que, por isso mesmo, impôs ao PCdoB condições extremamente adversas para sua existência e para a preservação da vida de seus militantes, sistematicamente perseguidos e eliminados durante os períodos autoritários da história brasileira, ao longo destes últimos 93 anos.
São muitos os motivos que o PCdoB tem para se orgulhar de sua história e assentar nela um dos grandes esteios de sua longevidade e legitimação, enquanto um Partido comprometido com as causas do povo brasileiro, compromisso selado inúmeras vezes por suas posições sempre coerentes, muitas vezes regadas pelo sangue de seus e suas militantes, como no episódio da guerrilha do Araguaia, onde foram ceifadas as vidas de dezenas de camaradas que ousaram lutar contra a ditadura, a maioria assassinados e cujos corpos são reclamados até hoje por seus familiares, pelo PCdoB e pela maioria da sociedade brasileira.
E por coincidência, nesta antessala de seus 93 anos, o PCdoB enfrenta um dos mais duros ataques as suas hostes e ao projeto democrático e popular que governa o Brasil desde 2003 (liderado pelo PT), projeto cuja construção e execução teve e tem a participação efetiva do Partido Comunista do Brasil.
A oposição, incapaz de aceitar o jogo democrático, incapaz de aceitar quatro derrotas seguidas na disputa eleitoral para a presidência do Brasil e desesperada pelo vislumbre de derrotas futuras, tenta pegar o atalho do golpe para retornar a governo federal, tendo os meios tradicionais de comunicação brasileiros como principais executores desse sinistro, autoritário e irresponsável plano golpista, que pode causar sérios danos à jovem democracia brasileira.
Uma coisa é certa: o PCdoB não comtempla e não comtemplará passivamente a execução de plano tão sórdido e tão antinacional. No campo democrático, no Congresso nacional e nas ruas, o Partido Comunista do Brasil é e será sempre o primeiro a dizer não ao golpe, não aos golpistas.
Vida longa ao PCdoB!
Viva o Brasil!
Viva o povo brasileiro!
* Secretário estadual de comunicação do PCdoB