“A corrupção é um mecanismo da direita”, afirma Juca Ferreira

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, participou nesta quarta-feira (4) da Bienal da UNE, defendeu a regulamentação da meia-entrada em atividades culturais para os estudantes e fez uma alerta sobre o crescimento da direita no Brasil, “eles nunca foram tão fortes”, disse.

Juca Ferreira na Bienal da UNE - UNE

Juca afirmou que a direita está se fortalecendo a passos largos no Brasil e pode se tornar “absolutamente perigosa”. Em crítica contundente, o ministro afirmou que a esquerda “errou muito no poder”, e não pode, nunca, se parecer com a direita.

"A corrupção é um mecanismo da direita, de desmoralizar o Estado, é uma maneira de garantir que a população desacredite nas lideranças, desacredite nos partidos, que não tenha esperança”, disse o ministro aos estudantes.

Defendeu ainda a necessidade de se manter à esquerda para dar continuidade ao governo progressista que “ajudou o Brasil nesse momento difícil” e alertou que “toda vez que a esquerda se parece com a direita, quem ganha é a direita”.

O ministro defendeu ainda a importância dos movimentos sociais para as conquistas populares. Segundo ele, a articulação da UNE, da UBES e outras organizações estudantis, é fundamental para “empurrar o processo mais adiante”.

Regulamentação da meia-entrada

Juca se comprometeu em contribuir para a regulamentação da meia-entrada ser feita o mais breve possível. "Só queria esclarecer uma coisa: se dependesse da minha canetada, a meia-entrada já estaria vigorando".

Ele pediu à UNE que entre em contato coma representação de artistas e produza uma pactuação, imediatamente, para tornar possível fazer a regulamentação em curto prazo.

Segundo Juca, "a meia entrada faz parte da política de democratização da cultura no Brasil, que é uma das credenciais com que nós trabalhamos". Atualmente, o Ministério da Cultura (MinC) e a Secretaria-Geral da Presidência da República estão fazendo reuniões para discutir a regulamentação da Lei da Meia-Entrada.


A presidenta da UNE, Virgínia Barros, e o ministro da Cultura, Juca Ferreira, chegaram juntos na Fundição Progresso | Foto: Gustavo Serrate
 

Na conversa, Juca ainda ressaltou a necessidade de democratizar o acesso aos recursos públicos da área cultural no Brasil. "A Lei Rouanet não responde às necessidades da cultura brasileira. É preciso ter coragem para fazer a mudança e permitir que os artistas, os produtores culturais, as redes culturais tenham acesso aos recursos públicos. Estes recursos pertencem ao povo brasileiro e não podem ser privatizados como são outros".

Segundo o ministro, os incentivos financeiros devem contemplar a diversidade cultural e regional do país. "Quando eu digo isso, estou pensando no Brasil como um todo. Estou pensando nos povos indígenas, que têm direito a fazer parte do país. Estou pensando na juventude, estou pensando na juventude periférica, negra, que vive acossada pela violência policial. Não há o menor avanço se nós não incluirmos os povos indígenas na sociedade brasileira com plenos direitos".

A importância da participação dos movimentos sociais no cenário nacional foi destacada pelo ministro. "Queria dizer que eu não acredito na possibilidade de transformação social, de melhoria das condições sociais do Brasil, sem a participação da população e particularmente dos movimentos organizados", ressaltou.

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Do Portal Vermelho,
Mariana Serafini, com agências