Folha prevê americanização de Cuba

Matéria da Folha de S. Paulo, edição de 21/1, tem como título “Brasileiros vão a Cuba para ver país antes de se ‘americanizar’ ”. No lead a matéria da jornalista Cláudia Collucci afirma: “Visitar Cuba antes que ela acabe. Esta é uma das principais motivações que levaram turistas brasileiros a escolher a ilha comunista como destino”.

Cuba - SoyCuba

Em 05 de janeiro de 1992 a Folha divulgava informações de uma “ONG” garantindo que a medicina cubana só tinha sobrevivido graças ao auxílio soviético e como a União Soviética tinha sido recentemente extinta a conclusão lógica da matéria era a de que Cuba não conseguiria manter sua medicina de qualidade funcionando. Também na Folha, Caio Blinder, edição 17/1/92, dizia que “assim como o miserável Vietnã, Fidel luta pela mera sobrevivência do sistema”. No mesmo ano de 1992, no dia 21 de janeiro, editorial da Folha dizia que o regime cubano resistia “na contramão da história” e completava triunfante que esta resistência “felizmente, não deve ocorrer por muito mais tempo”. Por coincidência hoje completam-se exatos 23 anos desta previsão. Portanto, quando o assunto é Cuba, não é bom levar a Folha a sério.

A mídia quer eleger Eduardo Cunha

Tradicionalmente os veículos da mídia hegemônica utilizam os períodos de recesso do Congresso para divulgar matérias com "denúncias" sobre os gastos da verba parlamentar. Este ano misteriosamente a pauta tradicional há mais de 20 anos sumiu. O acordo tácito entre a mídia e o candidato a presidente da Câmara, Eduardo Cunha, passa pela necessidade de se evitar temas espinhosos para o eleitorado de Cunha. Repórteres têm sido "aconselhados" pelos seus editores a esquecer este tema.

A mídia quer eleger Eduardo Cunha II

Parte da estratégia do Partido da Imprensa Golpista (PIG) para eleger Cunha na Câmara passa por envenenar os setores do PMDB alinhados com o governo. O Painel, coluna política do jornal Folha de S. Paulo, edição 21/1, força a mão ao afirmar que o Planalto estaria articulando uma candidatura avulsa do PMDB contra o candidato à presidência do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Indica que entre os sondados estariam Ricardo Ferraço e Luiz Henrique.
É preciso muito boa fé para acreditar que o governo Dilma estaria articulando as candidaturas de dois ferrenhos partidários de Aécio Neves.
Para a mídia hegemônica vale a máxima de Otto Bismarck "Nunca se mente tanto como em véspera de eleições, durante a guerra e depois da caça”.

O pretexto

Tendo o combate ao terror como pretexto, o imperialismo tentará em curto ou médio prazo exercer censura prévia sobre o que é ou não publicado na rede. Matéria do jornal Valor Econômico, edição de 21/1, diz que existe um esforço da Europa para “angariar uma cooperação maior do Vale do Silício (onde estão as maiores empresas e provedoras da rede) com suas forças de segurança”. Informa o Valor que altas autoridades “disseram esperar que as empresas americanas de internet e redes sociais, como o Twiter, o Facebook e o Google, retirem preventivamente dos seus websites conteúdos que fazem referência ao terrorismo – caso contrário, novas leis podem obriga-las a fazê-lo”. Um comentário e uma pergunta. O comentário: um conceito tão largo como “fazer referência ao terrorismo” é carta branca para censurar quase tudo que seja considerado contra-hegemônico. A pergunta: mas a liberdade de expressão não era até ontem valor absoluto?

FIFA – Família mafiosa?

A FIFA, que segundo o premiado jornalista inglês Andrew Jennigs é uma família mafiosa, declarou ontem que fará um “controle rigoroso” do uso que o Brasil dará aos US$ 100 milhões que o país recebeu como legado da Copa do Mundo de 2014. O porta voz do recado foi o secretário geral da entidade, Jérôme Valcke. Valcke é o mesmo que declarou, em março de 2012, que iria “dar um pé na bunda” de autoridades brasileiras responsáveis pela organização do mundial. Revela mais uma vez seu despreparo, sua falta de educação, sua mentalidade colonial e, mais do que tudo, a sua falta de noção, pois quem é a Fifa para falar em moralidade? Já a nossa mídia hegemônica revela sua essência subserviente e antinacional ao divulgar as declarações de Jérôme sem um tom de crítica e indignação.

Sórdido

O ex-ministro de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, atualmente diretor do Instituto Lula, em entrevista ao Jornal Folha de S. Paulo, edição de 21/1, usou adjetivos fortes – sórdido foi um deles – contra a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que recentemente acionou uma metralhadora giratória atingindo Dilma, Lula e outros membros do PT. Dentre outras coisas disse Vannuchi sobre as declarações de Marta: “São questões de lealdade política que estiveram ausentes, questões de ética mesmo”.

Politicamente motivado

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, edição 21/1, Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras entre 2005 e 2012, respondeu da seguinte forma quando indagado sobre o relatório do TCU que apontou perdas de US$ 792 milhões com a compra de Pasadena: “O parecer do TCU é politicamente motivado. Não é do TCU, é do ministro José Jorge. Os técnicos do TCU no primeiro parecer concluem que não há problemas com o preço nem os contratos de Pasadena. Depois o ministro solicitou outro a um assessor que em 30 dias, sem nem sequer ir à Petrobrás, criou um parecer que a meu ver é uma ficção equivocada e politicamente motivada”.

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