Sem Terra ocupam duas áreas no Paraná e intensificam a luta pela terra
Em meio a milhares de hectares tomados pela monocultura da cana, os Sem Terra ocuparam, na última sexta-feira (16), a área da Fazenda Tabapuã, em Centenário Sul, pertencente ao grupo Atalla, dona da Usina Central do Paraná.
Publicado 19/01/2015 14:43
Atualmente, mais de 1500 famílias organizadas pelo MST estão acampadas na região, produzindo alimentos em lugares onde antes só era possível ver cana e pobreza.
Além da produção de alimentos, as ocupações de terra tem se transformado em comunidades camponesas que resgatam e valorizam dimensões da vida, como a educação, a cultura e a agroecologia. Estas comunidades vêm se tornando referência para os municípios onde estão constituídas.
A luta pela terra na região de Porecatu tem precedentes. Nos anos 40 e 50, instalou-se um forte processo de disputa entre camponeses posseiros e jagunços, financiados por fazendeiros e pelo Estado.
O conflito, conhecido como a "guerrilha de Porecatu", foi "esquecido" na memória da região, graças ao alto grau de violência aplicado contra os camponeses.
Hoje, as famílias camponesas Sem terra reivindicam a destinação das terras para fins de Reforma Agrária, com o objetivo de garantir a distribuição e a destinação das terras para quem nelas trabalham.
Motivados pelo lema "enquanto houver terra sem gente e gente sem terra", as famílias camponesas herdeiras da luta seguem construindo uma nova realidade para a região de Porecatu.
No sábado (17), cerca de 80 famílias também ocuparam a Fazenda Arapongas, em Jardim Alegre, região centro oeste do estado.
A área já foi vistoriada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas ainda não teve o laudo divulgado.
Fonte: MST