Montadoras têm reserva e não podem demitir na primeira dificuldade
Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o analista político Paulo Vannuchi classificou como “extraordinária” a greve pela readmissão de 800 trabalhadores da Volkswagen em São Bernardo que haviam sido avisados da dispensa no recesso de fim de ano.
Publicado 19/01/2015 15:54
“Os trabalhadores metalúrgicos do ABC paulista conseguiram se articular, modificaram seu plano de férias com a família, estavam a postos e desencadearam uma greve nos primeiros dias de janeiro, quando aqui no Brasil os jornais repetem todos os dias que o ano só começa depois do carnaval”, lembrou Vannuchi.
O analista destaca que mais uma vez, de São Bernardo, que tem importante papel histórico na formação do novo sindicalismo e na luta contra a ditadura, vem o recado de que empresas que muito ganharam recentemente têm “gordura para queimar” e não podem demitir ao primeiro sinal de dificuldade.
Para que a mobilização tivesse sucesso, Paulo Vannuchi destaca o avanços dos sindicatos que têm investido na chamada organização local do trabalho. “Não basta mais aquele sindicato em que a diretoria se reúne na sede e corre para a fábrica quando há uma ameaça, demissões ou problemas graves. O sindicato tem de estar dentro da fábrica na forma de um comitê sindical de empresa”, salientou.
Fonte: Rede Brasil Atual