Ameaças a ativistas colombianos buscam perturbar processo de paz
Um grupo de especialistas em informática investigará as ameaças publicadas em redes sociais contra dirigentes políticos, defensores de direitos humanos e ativistas colombianos, intimidações rechaçadas hoje por numerosas vozes neste país andino.
Publicado 16/01/2015 16:15
O promotor geral Eduardo Montealegre confirmou a criação da equipe que estará encarregada das pesquisas no ciberespaço e em outras plataformas, a fim de detectar os autores e frear tais atos, divulgou o diário El Espectador.
Segundo o chefe da instituição investigadora, as mensagens ameaçadoras difundidas durante os últimos dias têm como finalidade gerar perturbação e desestabilizar os diálogos de paz desenvolvidos na capital cubana, entre representantes governamentais e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)
"As mensagens ameaçadoras estão dirigidas contra líderes de esquerda, pessoas muito comprometidas com as negociações para pôr fim ao período bélico, que dura mais de 50 anos".
Na noite da passada segunda-feira a ex-senadora Piedad Córdoba denunciou que recebeu em seu domicílio um ramo fúnebre em nome da organização criminosa Águias Negras, acompanhado de frases intimidatórias.
A advogada e representante do agrupamento Marcha Patriótica responsabilizou posteriormente a setores da extrema-direita de forjar planos para atentar contra sua integridade física.
Exilada durante vários anos no Canadá para proteger sua vida e a de sua família, a também porta-voz de Colombianos e Colombianas pela Paz, viajou a Havana como integrante da última delegação de vítimas convidada à mesa de encontro entre ambas partes beligerantes.
Adicionalmente 39 defensores de direitos humanos sofreram similares agressões verbais.
Através de Facebook e Twitter, os cidadãos condenaram tais ações e pediram proteção para Córdoba e os demais simpatizantes com o processo pacificador.
Diante disso, o ministro do interior Juan Fernando Cristo assegurou que investigaria a fundo os acontecimentos e concentraria esforços em desmascarar os responsáveis.
Desde 2012 porta-vozes do Executivo e das Farc dialogam em Cuba para terminar a guerra mediante uma saída negociada.
O conflito prejudicou de forma direta 6,8 milhões de pessoas.
Fonte: Prensa Latina