Fórum Parlamentar Ásia-Pacífico: por um multilateralismo eficaz

A consolidação do multilateralismo diante das pretensões hegemônicas de algumas potências mundiais predominou entre as demandas apresentadas no Fórum Parlamentar Ásia-Pacífico, recém encerrado no Equador.

Quito

O chamado foi feito pela maioria dos parlamentares que durante três dias intervieram na 23ª reunião da organização, onde enfatizaram que a cooperação é uma condição sine qua non para cumprir as aspirações de soberania de seus eleitores.

“O Fórum Ásia-Pacifico tem a obrigação de fortalecer o espaço de diálogo parlamentar da região”, disse a presidenta da Assembleia Nacional do Equador, Gabriela Rivadeneira, em seu discurso de boas-vindas aos 200 parlamentares de 17 países que durante quatro dias se reuniram em Quito.

Rivadeneira também solicitou aos seus colegas da Bacia do Pacífico a construírem uma nova ordem global que sirva de instrumento para atingir maiores níveis de equidade no mundo.

O chanceler equatoriano Ricardo Patiño, por sua vez, também se referiu ao tema durante uma intervenção especial aos convidados, ao assegurar que a construção do multilateralismo é o melhor presente às futuras gerações, além de ser uma garantia de diálogo e paz.

A delegação russa, liderada pela presidenta da Câmara alta do Parlamento russo, Valentina Matvienko, foi outra das que chamou a fomentar a cooperação bilateral e multilateral para enfrentar as ameaças à paz e à segurança mundiais.

“A Rússia está interessada em que a região seja uma palestra de cooperação construtiva, e não de confrontos e concorrência”, disse Matvienko na primeira sessão plenária.

Na reunião foram aprovadas 18 resoluções que recolhem as preocupações dos parlamentares da Bacia do Pacífico, uma zona que nas palavras de Patiño, está convocada a jogar um papel preponderante na nova ordem internacional, dado que nela habita quase metade da população do mundo, e se realiza 57% do comércio do planeta.

Os textos aprovados, e cujo cumprimento deverá ser verificado na 24ª Reunião, marcada para a cidade canadense de Vancouver no próximo ano, vão desde um chamado à paz entre as duas Coreias, até alentar a criação de um sistema de rastreamento em tempo real para os aviões comerciais, tendo em vista evitar casos como o desaparecimento de voo 370 de Malaysia Airlines.

Ações para enfrentar a mudança climática, a cooperação interparlamentar no âmbito Ásia Pacífico, o progresso da democracia e a participação e liderança política das mulheres, a prevenção de desastres, a promoção da educação, cultura, ciência e tecnologia, a ciberespionagem e o terrorismo também foram temas centrais nos documentos aprovados.

No final do encontro foi anunciado que a cidade canadense de Vancouver será sede do encontro anual de 2016.

Fonte: Prensa Latina