Vanessa lamenta extinção da Secretaria da Mulher de Manaus
“É profundamente lamentável a noticia que o prefeito de Manaus irá extinguir a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres. Enquanto em todo o Brasil, os gestores buscam aumentar o empoderamento da mulher, em Manaus o prefeito segue na contramão. Atitudes como esta só ajudam a propagar a intolerância, o preconceito e o machismo.”
Publicado 12/01/2015 14:03
Assim reagiu a senadora e Procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), ao anúncio do prefeito Artur Virgílio Neto (PSDB) de que vai extinguir a Secretaria da Mulher, criada em 2011, pelo prefeito Amazonino Mendes (PDT), que nunca saiu do papel e nem deve sair.
“Espero que o prefeito reveja sua decisão e, ao invés de extinguir, fortaleça esta pasta tão importante para conquistarmos a igualdade de gêneros”, disse ainda a senadora.
A queixa dela é repetida pela vice-presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM), Vanja Santos. Ela destaca que “enquanto alguns Estados e até mesmo em municípios pequenos como Tefé avançam com a criação de suas secretarias, Manaus não avança.”
Ela explica que as secretarias estaduais e municipais devem coordenar as políticas para as mulheres, que são elaboradas periodicamente em encontros nacionais. As políticas devem ser aplicadas em conjunto com a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM), ficando responsável por fiscalizar o funcionamento das delegacias da mulher, trabalhar para que a Lei Maria da Penha seja executada e que a vacinação contra o HPV seja devidamente distribuída, citando algumas das ações de políticas para as mulheres.
“Esse instrumento é importante. A desigualdade entre homens e mulheres ainda é muito grande”, afirmou.
Promessa não cumprida
A área políticas para as mulheres foi uma das pautas que deram o tom da disputa travada entre Artur Neto e Vanessa Graziottin (PCdoB) nas eleições de 2012. Artur teve que fortalecer suas propostas de campanha para o setor, com a finalidade de não perder votos para a candidata no pleito. Àquela altura, as mulheres representavam 52,3% do eleitorado manauara.
Eleito, Artur Neto chegou a anunciar, no início de 2013, a implantação da secretaria. “Irei implantar e manter essa nova secretaria, porque entendo que é preciso ter base de ação maior para a mulher de Manaus poder se defender e poder crescer em direção à verdadeira igualdade de gênero”, disse à época.
No fim de 2013, Artur Neto voltou a declarar que a secretaria seria implantada e definiu 2014 como o ano de início de sua operação. Entretanto, sequer havia previsão orçamentária para pasta. Apesar disso, o prefeito disse que a sua implantação seria viável com o remanejamento de verbas de outros setores. Para este ano, foram reservados R$ 4,8 milhões no orçamento para o órgão, que está em vias de extinção.
Da Redação em Brasília
Com informações de A Crítica