Fundição Progresso será a casa da 9ª Bienal da UNE
A União Nacional dos Estudantes (UNE) realizará, entre os dias 1 e 6 de fevereiro, na capital fluminense, o maior festival estudantil da América Latina, a Bienal da UNE. A casa do evento será um dos mais tradicionais centros culturais do Rio, a Fundição Progresso, no bairro da Lapa. A casa, tombada pelo IPHAN e com mais de 100 anos de história, é hoje referência para diferentes manifestações artísticas da cidade. Em 2007, a Fundição já foi a sede da 5ª edição da Bienal da UNE.
Publicado 07/01/2015 16:27
São esperados 10 mil estudantes de universidades de todo o Brasil. Uma base da coordenadoria do festival já se instalou no 2º piso do prédio e os ajustes estão sendo feitos para o início da Bienal. Sede de grandes grupos culturais do Rio como a Intrépida Trupe, Armazém Cia de Teatro, Teatro de Anônimo e do tradicional Concurso de Marchinhas do carnaval carioca, a Fundição Progresso funciona como um grande centro de circulação e produção de conhecimento no bairro.
Segundo o presidente da Fundição, Perfeito Fortuna, será especial sediar novamente a Bienal: “Estamos muito honrados em receber jovens de todo Brasil e de uma organização tão importante. Que o espaço inspire a reflexão e que possam encontrar soluções sábias e atuais para os problemas tão antigos do Brasil e do planeta”, pontua.
A história da casa
O prédio da Fundição Progresso, sob os Arcos da Lapa, é um patrimônio histórico. Ali estava sediada a Fábrica de Fogões Progresso, fundada no final do século XIX e fechada em 1976. Com o fechamento da fábrica, o prédio ficou desocupado e seria demolido mas, em 1982, um grupo de artistas e produtores ocupou a Fundição a fim de transformá-la em um grande espaço artístico.
Com aporte equivalente a R$ 8 milhões, o BNDES viabilizou a criação do centro cultural que, desde então, já esteve sob diversas administrações. A Fundição Progresso já passou por inúmeras reformas e melhorias, realizadas com o que é arrecadado pela bilheteria dos diversos eventos que acontecem na casa.
Festival retorna após oito anos
Em 2007, oito mil jovens se encontraram na Fundição Progresso para participar da 5ª Bienal da UNE, que contou com mais de 40 debates, oficinas e mostras universitárias. O evento trouxe cerca de 170 convidados, entre eles o escritor angolano Ondjaki; o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães; os músicos Marcelo Yuka e B Negão; o cineasta Zózimo Bulbul; e os dramaturgos Amir Haddad e Augusto Boal. Gilberto Gil e o diplomata africanista Alberto da Costa e Silva também participaram do encontro.
Com o tema “Brasil e África: um rio chamado Atlântico”, a Bienal homenageou grandes personalidades da cultura afro-brasileira, como o escritor, artista plástico e ex-senador Abdias do Nascimento; a entidade religiosa Mãe Beata de Iemanjá; e os sambistas Martinho da Vila e Dona Ivone Lara.
A Bienal da UNE
Considerado o maior festival estudantil da América Latina, a próxima edição da Bienal da UNE traz o tema “#VozesdoBrasil” e faz um convite à reflexão sobre a linguagem no Brasil. Criada em 1999, a Bienal já é tradicional no calendário do movimento estudantil brasileiro e representa, hoje, a principal vitrine para os estudantes mostrarem o que está sendo produzido dentro das universidades do país. O festival é voltado para a cultura, mas abrange também ciência, tecnologia e esporte.
Qualquer estudante pode se inscrever no festival. As inscrições de participantes e para aqueles que desejam apresentar trabalhos podem ser realizadas pelo site da UNE. As áreas que recebem trabalhos são: música, artes visuais, literatura, audiovisual, artes cênicas, ciência e tecnologia e projetos de extensão.
Fonte: UNE