Colômbia: Presidente pede que ELN se junte a cessar-fogo das Farc

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, convidou o Exército de Libertação Nacional (ELN) — segunda maior guerrilha do país — a se somar ao cessar-fogo unilateral decretado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em meados de dezembro. O mandatário realiza, desde 2012, um processo de negociações com as Farc para chegar a uma solução que culmine no fim do conflito, que já dura mais de 50 anos no país.

Por Vanessa Martina Silva, na Opera Mundi

Em busca da paz, ELN libera mais um refém na Colômbia - Diário da Liberdade

 “Queremos convidar o ELN a se somar à iniciativa de um cessar-fogo unilateral, tal como as Farc fizeram”, afirmou o presidente nesta segunda-feira (5), durante encontro em Cartagena com a equipe negociadora do governo que participa dos diálogos de paz em Havana, Cuba.

Santos também demonstrou pressa em chegar a um acordo definitivo com a equipe negociadora da guerrilha que está em Havana, onde participa dos diálogos de paz. “Queremos convidá-los a chegar a um acordo o mais rápido possível sobre os pontos da agenda que temos discutido há algum tempo”, afirmou o mandatário.

Apesar de não ter concordado com a guerrilha em decretar um cessar-fogo bilateral, Santos valorizou a iniciativa das Farc e ressaltou que a trégua “está sendo cumprida” e voltou a insistir que é preciso mover-se rápido para o “caminho da paz e não da guerra”.

Com relação à orientação do governo, muito criticada pelas Farc, de que era preciso “negociar como se não existisse guerra ou conflito e manter a ofensiva militar como se não existisse processo de paz”, Santos ressaltou que “agora são outras as circunstâncias e que a afirmação já não procede” e declarou ainda que a equipe negociadora do governo tem ordens para chegar a um acordo o mais rápido possível.

Crítico implacável dos diálogos de paz travados por Santos, o ex-presidente e senador Álvaro Uribe criticou a afirmação de que a guerrilha está cumprindo o cessar-fogo e afirmou que o mandatário “cria confusão nas Forças Armadas para que tolerem o ‘terrorismo’ e confunde a opinião pública para absolver as Farc”.