Número de mortes de jovens negros supera em 225% o de jovens brancos
Dados do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade (IVJ 2014), pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública a pedido do governo federal, que será publicado nos próximos dias, indicam que, no Nordeste, jovem negro corre cinco vezes mais o risco de ser morto que um jovem branco. Dos quase 30 mil jovens assassinados em 2012, 76,5% eram negros ou pardos. Ou seja: morreram 225% mais jovens negros do que brancos.
Publicado 05/01/2015 18:56
De acordo com o estudo, no Brasil, esse índice é de 2,5. Os dados foram encontrados a partir do cálculo das taxas de 2012 de homicídio ponderadas de jovens negros (pretos e pardos) e brancos, de 12 a 29 anos, retiradas da pesquisa Datasus (banco de dados do Sistema Único de Saúde), em que o indicativo de cor é preenchido por agentes de saúde.
O estudo concluiu que desigualdade racial cotidiana do país encontra sua expressão mais aguda na comparação dos dados de morte por homicídio da juventude. Com exceção do Paraná, todas as outras unidades da Federação têm maior risco de morte por homicídio para o jovem negro que para o branco.
Números do genocídio
Os casos mais graves são Paraíba (risco de 13,4 vezes), Pernambuco (11,5), Alagoas (8,7), Distrito Federal (6,5) e Espírito Santo (5,9). No outro extremo, bem abaixo da média nacional, estão Tocantins (1,8), Rio Grande do Sul (1,7), São Paulo (1,5), Santa Catarina (1,4) e Paraná (0,7) – único em que o jovem branco tem mais risco de ser alvo de homicídio que o negro.
Outro dado apontado pela pesquisa revela que de 2007 a 2012, enquanto o total de homicídios de jovens brancos caiu 5,5%, o de jovens negros subiu 21,3%.
Políticas públicas
O alerta feito pela pesquisa convoca sociedade civil e Estado para repensar as políticas públicas para a juventude no Brasil, sobretudo para o aumento do genocídio da juventude negra brasileira. O fomento de políticas públicas para a juventude negra podem acelerar não só a redução da desigualdade racial mas também iniciar um onda, lastreada em bases sólidas, de combate à violência no país.
Da Redação do Vermelho
Com informações da Folha de S.Paulo