Premiê ucraniano tenta persuadir povo a aceitar reformas neoliberais
O primeiro-ministro Arseni Iatseniuk afirmou nesta segunda-feira (22) que a "única" oportunidade para conseguir a adesão da Ucrânia à União Europeia (UE) é mediante as reformas neoliberais, "ainda que sejam dolorosas".
Publicado 22/12/2014 12:47
Homem forte de Washington em Kiev, segundo a subsecretária norte-americana de Estado Victoria Nuland, Iatseniuk disse em entrevista à revista alemã Der Spiegel que "a maior carta de triunfo no processo é a juventude ucraniana que quer ir à Europa".
Ao se referir ao patrocínio estadunidense e da UE, o chefe do Governo desde o golpe de estado de 22 de fevereiro de 2014 sustentou que a Casa Branca e a UE têm demonstrado uma política de coesão em relação à Rússia, em particular, com a aplicação de sanções.
"O Ocidente faz o que pode nesta situação, como o campo de manobra é limitado em relação a Putin", reconheceu o governante, citado pela agência Ukrinform.
Insistiu que a ajuda financeira ocidental e o "fornecimento de armas é de importância central para Kiev", apesar do entrevistador reiterar a opinião da Otan de que uma solução militar em Donbass (sudeste do país) é impossível.
Segundo o chefe do Executivo, sua proposta significa elevar as tarifas dos serviços comunais, destituir os funcionários "extras", cancelar a saúde gratuita e introduzir seguro médico e vender o restante da propriedade estatal.
O ministro de Desenvolvimento Econômico da Ucrânia, Aivaras Abramovicius, por sua vez, assegurou que "o Estado está em bancarrota", durante uma reunião de um comitê parlamentar para a esfera que ele dirige.
As estatísticas oficiais da Ucrânia mostram um aumento dos preços em 2014 de 20%, enquanto a produção industrial diminuiu em nove pontos percentuais, segundo o meio digital dessa nação eslava Segodnia.
Outro indicador que cresce aceleradamente é a dívida externa, que de 41% do produto interno bruto (PIB) em 2013, se elevará neste ano até 67,5 pontos sobre 100 no ano que encerra, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.
Com reservas de ouro e divisas internacionais inferiores a US$ 10 bilhões, segundo o Governo, as atuais autoridades de Kiev reconhecem uma dívida externa de 42 bilhões da moeda norte-americana. Incluído entre os países mais militarizados do planeta depois da ofensiva em grande escala iniciada em abril contra a população do sudeste, a Ucrânia encara uma redução do investimento estrangeiro que passou de 15,7% para 8,2 pontos percentuais.
Neste contexto, a moeda nacional, a grívnia, tem sofrido uma depreciação crônica após o golpe de estado de 22 de fevereiro, situação que influenciou em uma queda das importações em 21%.
Fonte: Prensa Latina