Seis mulheres vão receber Diploma Bertha Lutz do Senado
Em reunião na terça-feira (16), o Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, do Senado, escolheu, de forma inédita, seis mulheres para serem agraciadas com o prêmio. Diante do empate na votação para a escolha das cinco homenageadas, decidiu-se abrir uma exceção e contemplar uma candidatura a mais.
Publicado 19/12/2014 10:37
Em 8 de março de 2015, a comenda será entregue a personalidades femininas que se destacaram na luta pelos direitos da mulher. São elas: Carmen Lúcia Antunes Rocha, Clara Araújo, Mary Garcia Castro, Ivanilda Pinheiro Salucci, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha e Creuza Maria Oliveira.
A procuradora da Mulher no Senado e integrante do conselho, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), considerou difícil a escolha entre os 16 nomes apresentados por entidades da sociedade civil. Segundo ela, todas possuem mérito por terem se dedicado com coragem e determinação à defesa da igualdade entre homens e mulheres.
Segundo a senadora, está em tramitação no Senado projeto de sua autoria que permite também aos homens serem agraciados com o prêmio. A proposta foi aprovada nesta semana pela Comissão de Educação do Senado e encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para em seguida ser apreciada no Plenário da Casa.
Ao defender a proposta, Vanessa Grazziotin chama a atenção para a "construção de um novo paradigma para as relações de gênero, com base na superação da oposição entre o masculino e o feminino e na consolidação de um modelo fundado em valores como harmonia, parceria e solidariedade no caminho da emancipação social".
O Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz foi criado pelo Senado Federal em 2001 e premiou até hoje 70 mulheres, entre elas a ex-senadora Emilia Fernandes, a feminista Rosemarie Muraro e a presidente Dilma Rousseff.
Conheça as ganhadoras da edição 2015:
Creuza Maria Oliveira é presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas e começou a trabalhar aos 10 anos, quando o trabalho infantil ainda era tolerado. Somente aos 21 anos teve sua carteira assinada, recebeu seu primeiro salário e começou a ser alfabetizada.
Cármem Lúcia Antunes Rocha é ministra do Supremo Tribunal Federal. É ainda escritora e doutora em Direito do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Também foi procuradora do Estado de Minas Gerais e Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Clara Araújo foi a primeira mulher a presidir a União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1982. É graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi uma das fundadoras da União Brasileira de Mulheres (UBM).
Mary Castro é pesquisadora de temas relacionados a direitos humanos de mulheres e jovens na América Latina. Doutora em sociologia pela University of Florida, publicou vários livros relacionados ao tema de gênero e ministra palestras para formação de lideranças feministas em todo o Brasil. Devido à ditadura militar teve que sair do país.
Maria Elizabeth Teixeira é a primeira ministra empossada presidente do Superior Tribunal Militar, para o biênio 2013/2015. Bacharel em Direito pela PUC/Minas, foi procuradora federal da Advocacia Geral da União (AGU).
Ivanilda Pinheiro Salucci é educadora social, ajudou a fundar o Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente de Roraima e atualmente trabalha com crianças e suas famílias em área de risco na cidade de Boa Vista (RR). É membro do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual.
Da Redação em Brasília
Com Agência Senado