Mercosul dá novo impulso à integração regional

A 47ª Cúpula Presidencial do Mercosul se encerrou nesta quarta-feira (17) e estabeleceu novas bases para continuar impulsionando a integração regional. O encontro realizado no Paraná, na Argentina, foi avaliado de maneira positiva pelos chanceleres dos países membros.

Mercosul - Juan Mabromata/AFP

Os ministros do Exterior da Argentina, Héctor Timerman; do Uruguai, Luis Almagro; da Bolívia, David Choquehuanca; do Paraguai, Eladio Loizaga, e da Venezuela, Rafael Ramírez, fizeram um balanço positivo do encontro. Eles ressaltaram a fala da presidenta e anfitriã, Cristina Kirchner, que afirmou ser “impossível integrar o mundo se a região não estiver integrada".

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Segundo o chanceler boliviano, "esse continente foi desmembrado, puseram-nos fronteiras, tivemos que nos identificar para caminhar em nossa própria casa". "Mas graças aos nossos presidentes que retomaram o espírito integracionista, em nosso continente novamente começamos a trabalhar e andar mais unidos", afirmou Choquehuanca durante a coletiva de imprensa final, referindo-se à cidadania do Mercosul e ao passaporte regional.

Timerman, por sua vez, definiu o Mercosul como "o organismo de integração regional mais antigo, mais conhecido e talvez o mais exitoso de toda a região". O ministro argentino disse que se trabalhou para ordenar o regulamento que une não somente as economias de nossos países, senão que também a integração nos aspectos políticos, social e econômicos, da região.

Mencionou como resultados a articulação do mecanismo de fortalecimento produtivo, as ações para modificar impostos aplicáveis a brinquedos, laticínios, grãos; o compromisso para finalizar no prazo de seis meses todos os temas pendentes em matéria de regimes comerciais especiais.

Também se avançou nas relações do bloco tendo em conta a importância de integrar o mundo, mas com o objetivo de defender o trabalho digno dos cidadãos do Mercosul, disse Timerman.

Apontou como outros avanços, os quais chamou de relacionamento com o exterior, os acordos comerciais assinados na segunda-feira (15) com o Líbano e a Tunísia, e o que será assinado em janeiro com a União Econômica Euroasiática, integrada pela Rússia, Bielorússia e Cazaquistão.

Os presidentes Cristina Kirchner e Evo Morales assinaram um convênio em virtude do qual a Argentina fornecerá 702 ambulâncias com equipamento de última geração à Bolívia.

A Cúpula do Paraná rejeitou a hostil política de sanções econômicas ditadas pelo Congresso norte-americano contra a Venezuela, apoiou a Argentina no conflito sobre os “fundos abutres” e reafirmou o apoio de sua soberania sobre as ilhas Malvinas.

Pediu que o Reino Unido cesse suas atividades de exploração petroleira e mineira nesse território, e que os Estados parte informem à Argentina sobre o movimento de navios ou outros meios de transporte com esse fim.

Igualmente lançou um apoio às medidas de proteção ambiental que o governo do Equador promove.

Os mandatários também comemoraram o anúncio da restauração das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos, e expressaram seu desejo de que esse passo, o que consideraram como histórico, conduza ao fim do injusto bloqueio econômico.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que "estamos no caminho certo para nos integrarmos como sócios plenos ao Mercosul" ao falar na Cúpula, mas o encontro não conseguiu avançar no acordo de plena incorporação de seu país ao bloco, que tanta expectativas gerou antes de seu início.

Para além das expressões de apoio dos presidentes, avançou-se pouco na iniciativa, cuja aprovação depende do Paraguai e do Brasil, que agora assume a presidência rotativa, e que só foi incluída abertamente no documento final.

Com informações da Prensa Latina