CPMI da Petrobras aprova relatório final
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras aprovou o relatório do deputado Marco Maio (PT-R) nesta quinta-feira (18), por 19 votos a 8. O texto pede o indiciamento de 52 pessoas e o aprofundamento das investigações de 17 empresas suspeitas de fraude, além de reconhecer possível prejuízo com a refinaria de Pasadena.
Publicado 18/12/2014 15:23
O relatório pede o indiciamento de 52 pessoas pelos crimes de participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, entre elas o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Desse total, 23 já são réus em processos na Justiça Federal do Paraná, derivados da Lava Jato. A comissão não chegou a votar o relatório paralelo feito por partidos da oposição.
O texto de Maia, com mais de 900 páginas produzidas após sete meses de investigação e 23 depoimentos, foi alterado nesta quarta-feira (17). Em uma das mudanças, ele detalhou os pedidos de indiciamento e os crimes relacionados. Segundo Maia, quando o relatório inicial, apresentado no último dia 10, defendeu um pedido para o Ministério Público “aprofundar as investigações”, o significado real já era uma solicitação de indiciamento.
“Todas as informações que nós tivemos que tratam sobre desvios, corrupção, lavagem de dinheiro, malversação do patrimônio público estão lá ditas no relatório”, afirmou Maia.
O relator também mudou seu texto para retirar o pedido para aprofundar as investigações de três empresas, a Hope Recursos Humanos, Gandra Brokerage e Astromaritima Navegação. No total, ficaram 17 empresas na lista de Maia com pedidos para analisar se elas cometeram ou não os crimes de formação de cartel, fraudes às licitações da Petrobrás, lavagem de dinheiro e pagamento de propinas a agente públicos.
O líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PE), criticou o relatório da oposição. “Não houve zelo com a verdade dos fatos”, afirmou. Segundo ele, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa nunca disse que eram verdade “os vazamentos da imprensa” sobre a delação premiada, mas sim o conteúdo da delação.
Costa disse que ofereceu seus sigilos bancário, fiscal e telefônico para a CPMI. “Se houvesse coragem aos parlamentares da oposição, eles teriam me convocado para depor.”
Fonte: Agência Câmara