Lavrov considera que Congresso dos EUA aprovou lei hostil à Rússia
O ministro russo de Assuntos Exteriores, Serguei Lavrov, qualificou, nesta terça-feira (16), como ''hostil contra a Rússia'' uma lei de apoio econômico e militar à Ucrânia aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos.
Publicado 16/12/2014 13:47
A resposta de Moscou dependerá de se o presidente estadunidense, Barack Obama, assinar ou não esse regulamento, assegurou o chefe da diplomacia do Kremlin em entrevista à agência Interfax.
Em referência ao reforço do sistema defensivo da Federação da Rússia depois da reunificação com a Crimeia, o chanceler destacou que agora essa península faz parte de um Estado que dispõe de armas nucleares, em conformidade com o Tratado de não proliferação destes arsenais.
“O estado russo, conforme o direito internacional, dispõe de todos os fundamentos para operar seu arsenal nuclear legítimo de acordo com seus interesses e de acordo com suas obrigações”, advertiu com ênfase o ministro.
O ministro explicou que a Crimeia nunca foi considerada uma "área livre de armas nucleares" do ponto de vista do direito internacional, segundo a agência russa de notícias.
Com o pretexto de que Moscou supostamente violou o tratado de mísseis nucleares de médio e curto alcance, o Pentágono pretende mobilizar mísseis de cruzeiros com ogivas atômicas na Europa.
A Rússia, por sua vez, responde à presença permanente de tropas da Otan em países fronteiriços com a Crimeia, onde estão localizados equipamento aéreo e mísseis de alta precisão com capacidade nuclear.
Um artigo do especialista em temas militares Víctor Litovkin, publicado no portal RBTH, adverte que a presença de bombardeiros de alcance remoto Tu-22M3 no aeródromo Gvardeiski dessa península do mar Negro é parte dessa reação natural de Moscou.
O especialista explica que os Tu-22M3 podem transportar mísseis de cruzeiro, incluídos os que levam armas nucleares.
Outro armamento que Moscou mantém em território da Crimeia são os sistemas tático-operativos terrestres do tipo Iskander-M, capazes de lançar foguetes cruzeiro de alta precisão R-500, com alcance de até 500 quilômetros e carregados com ogivas atômicas.
Litovkin indica que, além dos barcos e unidades da Frota do mar Negro destacadas ali, ao território se deslocarão esquadras de aviões de reconhecimento e ataque Su-24 e elementos de defesa costeira equipados com sistemas Bastion e Bal, que levam mísseis anti-buque de cruzeiro Uran e Onix.
A Rússia vê com preocupação a expansão da Otan para o leste, cujos efetivos já estão mobilizados de maneira permanente em países da fronteira como Estônia, Letônia e Lituânia, situação que não existiu nem nos piores tempos da Guerra Fria.
Prensa Latina