Lavrov adverte Kerry contra pressões dos EUA
O ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov, advertiu nesta segunda-feira (15) seu colega estadunidense, John Kerry, que as relações bilaterais só podem ser desenvolvidas em igualdade de condições e descartou os efeitos de qualquer pressão contra a Rússia.
Publicado 15/12/2014 18:09
Uma nota oficial da Chancelaria destaca que ao analisar o tema dos vínculos entre os dois países com o secretário de Estado norte-americano, Lavrov insistiu que seu desenvolvimento só é possível sobre a base do respeito à igualdade e aos interesses mútuos.
O texto publicado no site do Ministério indica que durante o encontro realizado em Roma, Itália, o chefe da diplomacia russa foi enfático na advertência de que nenhum tipo de pressão contra Moscou terá as consequências esperadas.
Ao abordar o tema da crise humanitária criada no sudeste da Ucrânia depois do golpe de estado de 22 de fevereiro deste ano, as partes consideraram necessária a aplicação coerente dos acordos de Minsk e a pronta convocação de uma reunião do Grupo de Contato.
Além do conflito ucraniano, Lavrov e Kerry analisaram a necessidade de dar um novo impulso ao processo de paz obstruído por Israel com respeito à Palestina, à solução do conflito estimulado pelo Ocidente na Síria e à eliminação de obstáculos para conseguir um acordo global sobre o programa nuclear iraniano.
Recentemente, o vice-ministro de Assuntos Exteriores, Serguei Ryabkov, denunciou que o objetivo das sanções dos Estados Unidos contra a Rússia é criar condições econômicas e sociais para impor uma mudança de Poder.
O vice-ministro acrescentou que Moscou observa com calma a situação das relações com Washington, apesar de reconhecer que para sair da situação atual os países levarão muitos anos, segundo a emissora de televisão Primeiro Canal.
Ryabkov esclareceu que o esfriamento dos laços bilaterais até chegar ao estado de tensão atual entre o Kremlin e a Casa Branca começou muito antes do conflito da Ucrânia "e não foi por culpa da Rússia".
Recentemente, o ministro Lavrov advertiu que o Ocidente tem a intenção deliberada de destruir a economia da Rússia e mudar o regime de governo e não esconde isso.
Disse que os líderes do Ocidente falam publicamente que as medidas restritivas devem ser tais para que possam destruir nossa economia e levantarem os protestos populares no país.
Por sua vez, em sua recente mensagem anual à Assembleia Federal (Parlamento bicameral), o presidente Vladimir Putin advertiu que falar com a Rússia utilizando a linguagem da força não faz sentido.
A Rússia dispõe de capacidades e pode recorrer a soluções não convencionais para garantir a defesa do país, sublinhou, sem detalhar essas variantes.
Fonte: Prensa Latina