Conselho de ministros francês debate projeto econômico controverso

O conselho de ministros da França analisará, nesta quarta-feira (9), um polêmico projeto para reativar a economia nacional, considerado a maior reforma do executivo, mas que foi recusado por diversos setores, inclusive dentro do governamental Partido Socialista (PS).

Bandeira francesa

A iniciativa será apresentada no gabinete durante sua reunião semanal no Palácio do Eliseu pelo ministro do setor, Emmanuel Macron, e a seguir será levada à Assembleia Nacional para sua discussão a partir de 22 de janeiro.

Entre os temas mais controversos figura a ampliação de cinco a 12 do número de domingos trabalhistas no país para favorecer os grandes shoppings e outros estabelecimentos.

Os salários durante esses dias não serão regulados pelo governo, mas submetidos a negociações diretas em cada uma das respectivas empresas.

De acordo com o secretário nacional do Partido Comunista Francês, Pierre Laurent, esta medida deixa os trabalhadores enfraquecidos perante os patrões e, de fato, acabam com a jornada semanal de 35 horas, uma conquista trabalhista histórica.

A senadora pelo PS Marie-Noelle Lienemann disse durante um foro realizado esta semana na cidade de Marselha que a chamada Lei Macron, devido ao sobrenome do ministro da Economia, significa uma nova etapa de liberalismo e chamou seus correligionários a votar contra ela.

O texto prevê também a entrada da concorrência do capital privado em determinados setores até agora nas mãos do Estado, como o transporte de passageiros.

A norma permitiria a criação de empresas de ônibus para ligar várias cidades por estrada e os aeroportos de Lyon e Niza poderiam passar total ou parcialmente a mãos de investidores particulares.

Esta medida também abarca várias profissões regulamentadas pelo governo, entre elas os administradores judiciais.

Segundo o deputado socialista Yann Galut, o projeto vai provocar grandes debates quando for submetido a votação no recinto legislativo.

Fonte: Prensa Latina