EUA tentam aumentar pressão contra a Rússia
O objetivo da resolução 758, aprovada na quinta-feira passada pelo Congresso dos EUA para condenar as ações da Rússia de Putin, “é aumentar o mecanismo de pressão” contra a Rússia, nas melhores tradições da Guerra Fria, acredita Marcos Vinícius Freitas, professor de Relações Exteriores da Fundação Armando Álvares Penteado de São Paulo. O professor foi contatado pela emissora russa Sputnik, à qual concedeu uma entrevista.
Publicado 09/12/2014 18:36
“O que a resolução busca é justamente intensificar uma ação contra a Federação da Rússia, no tocante, particularmente, à questão da Ucrânia”, disse o perito, comentando o foco principal do texto da resolução. Além da Ucrânia, começa a se evidenciar uma preocupação quanto à suposta tentativa de anexação de uma parte da Moldávia, que os EUA pretendem observar da parte da Rússia.
De acordo com o perito, o texto da resolução produz a sensação de um retorno à Guerra Fria. Naquela parte da resolução em que o seu autor, Adam Kinzinger, do estado de Illinois, fala da organização da presença de canais de TV e rádio de produção norte-americana e europeia – principalmente a Voz da América e a rádio Europa Livre, – são listados meios de propaganda próprios à Guerra Fria.
Portanto, o perito acredita que “as duas partes têm saudades da Guerra Fria”, o que dificulta a flexibilização das políticas respectivas.
Segundo o professor Freitas, a resolução quadra perfeitamente com a política de sanções econômicas, cujos atores principais no exterior da Rússia estão tentando aproveitar-se do momento complicado que a economia russa está atravessando.
Porém, não se pode falar em eficiência dessa política de sanções, comenta o perito:
“A política de sanções não consegue alcançar o seu objetivo, porque sanções devem ser rápidas e fazer tornar a opinião pública ao seu favor”.
Se isso não acontecer – e no caso da Rússia, não acontece, – as sanções não irão ter a mínima eficiência prevista, acha o entrevistado.
Fonte: Voz da Rússia