“Dilma precisa ir para ofensiva”, diz Renato Rabelo ao Cafezinho
O jornalista Miguel do Rosário, do blog O Cafezinho, entrevistou o presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Renato Rabelo. Ele destaca que é preciso “construir uma relação de confiança mútua” entre governo e base social para avançar.
Publicado 08/12/2014 10:10
Rabelo afirmou que a oposição derrotada nas urnas insiste em criar um terceiro turno. “Como se diz: a derrota subiu à cabeça”, diz ele. Ele citou as declarações feitas por Fernando Henrique, em que afirma que há um sentimento de que a Dilma é uma presidenta eleita, que não tem legitimidade. “Imagina! Ela ganhou as eleições, mas não tem legitimidade?”, questiona Rabelo. Confira a entrevista.
Rabelo: Você vê a atitude hostil e arrogante que eles têm. Então eles começaram a trabalhar, primeiro, para impedir que a presidenta comece a montar o seu governo, e governe, tentar criar uma série de obstáculos. Judicializar tudo. Qualquer medida do governo, eles começam a judicializar. Criando um ambiente favorável de até exigir o impeachment dela. Utilizando meios puramente golpistas, ostensivamente golpistas..
E tem um outro fator, que é essa operação Lava Jato. Ninguém sabe qual será o resultado disso. Aliás, o que sai até agora é sempre contra a nossa base. Contra a presidenta da república. Tudo de interesse deles. Portanto, é um “parti pris” terrível, porque você tem um tipo de processo que requer sigilo, e este sigilo não é respeitado. E vem à tôna apenas aquilo que é de interesse deles.
Este é um aspecto, portanto, que é importante a gente considerar, porque eles querem botar a presidenta, e todos aqueles que a apoiaram, na defensiva. Então é preciso, na fase atual, a gente retomar a ofensiva. Precisa de uma contra-ofensiva.
Se conseguimos uma ofensiva no segundo turno, porque juntamos um máximo de forças, é preciso retomar essa contra-ofensiva, senão ficaremos sempre na defensiva.
Só que, para esta contra-ofensiva, é necessário haver um relacionamento e uma confiança mútua, entre a presidenta da república e essa base social que a apoiou. E a base social também ter confiança na presidenta da república!
Não é possível, num começo do governo, em que a presidenta da república sofre uma grande investida, um ataque raivoso da oposição, que a gente não procure criar essa relação de confiança entre a base política e social que apoiou a presidenta e ela em relação a essa base. Isso é fundamental para que a gente retomar a ofensiva. Esse é um problema que nós consideramos importante hoje.
Qual é mesmo a grande questão para a presidenta da república? Ela tem dois desafios imediatos. Todo mundo diz isso. Já há um senso comum. Quais são? Primeiro, recompor a sua base política. Eu quero saber qual é o presidente que governa sem ter uma base política mínima, que possa apoiá-la. E uma base política que dê maioria a ela. Senão ela fica paralisada.
E a segunda questão, que está relacionado a isso, apesar de ter sua dinâmica própria, é como enfrentar o problema no terreno econômico. Porque nós temos dificuldades econômicas. São reais as dificuldades econômicas, reflexo de uma situação mundial. Há uma crise sistêmica, não saímos dela ainda. Estamos caminhando aí para oito anos de crise. Isso se reflete no mundo todo. E ainda temos os problemas próprios do Brasil. Então você tem uma realidade econômica, que precisa o que, qual o centro da questão? Retomar o crescimento do país.
Retomar o crescimento do país é fundamental, senão nós vamos entrar numa semi-paralisia, ou numa semi-estagnação da economia. Este é o segundo grande desafio, que ela tem de enfrentar, como presidenta da república. Para todos os brasileiros. Porque ela governa para todos, não é para uma facção, não é para um setor.
Esses dois desafios requerem aquilo que eu falei dessa relação mútua de confiança. Na questão da economia, onde é preciso dar alguma resposta imediata, o que acontece? Não só a oposição está em cima, procurando exatamente impedir, constranger, dificultar, etc, etc, como a nossa base começa a ver divisões.
Então aí, em vez de você criar as condições para uma contra-ofensiva, você a dificulta.
Qual é a posição que nós defendemos? Que numa hora como essa nós temos que apoiar a presidenta Dilma. Partindo da ideia que nós confiamos nos compromissos que ela expôs à nação, durante a campanha. Ela foi eleita, em grande parte, em função desses compromissos. Nós confiamos que ela vai manter os compromissos, e vai desenvolver e aplicar esses compromissos. Partimos dessa visão. Porque se não for assim, eu já desacredito da presidenta no primeiro momento! No primeiro passo que ela dá eu tô desconfiando dela?
Essa é a compreensão nossa, do PCdoB, evidentemente. A gente entende que esse primeiro passo é importante para ir adiante, e conseguir fazer com que esses compromissos sejam aplicados nesse novo governo. E alcançar questões como as reformas estruturais, etc, etc, que é o que defendemos, e o que ela defende também. Resumidamente, ela (a presidenta) dizia o seguinte: é preciso mudanças e reforma. A síntese dela era essa. Então você tem que chegar a isso e abrir esse caminho. É assim que nós vemos, em geral. Esse é o problema chave hoje da conjuntura.
Cafezinho: Renato, eu concordo com você. Agora, você não acha que essa questão da presidenta conquistar a confiança da sua base social, ela passa pela comunicação. Você está falando, explicando uma conjuntura, nem todo mundo tem a oportunidade de ouvir uma explicação assim, de um quadro. O que gostaríamos de saber é porque a presidenta, e talvez você tenha alguma informação… qual o receio dela em relação a sua base social. Agora, por exemplo, o Globo está fazendo uma campanha muito forte contra a base social, contra a militância, dizendo que a base é radical, que é contra o ministro da economia, é contra a Katia Abreu. O editorial do Globo é assim: Dilma no caminho certo. A gente que está no “chão da fábrica”, para usar uma metáfora, acompanhando, a gente observa que uma base social muito forte, que ela tinha conquistado no segundo turno, quando a polarização forte fez com que alguns campos meio perdidos da própria esquerda, que andavam afastados, se agregaram com muita força em prol do projeto. A gente vinha falando que seria uma oportunidade grande para a presidenta manter essas forças agregadas, para fazer a base dela, a gente vê essas forças se dispersando novamente, e a presidenta se isolando. E não há um processo para conquistá-las politicamente. Porque você pode explicar às pessoas, essas coisas. Eu queria saber a sua opinião: porque o governo se cala? Qual o medo dele?
Renato: Bom, primeiro o seguinte. A presidenta tem insistido que ela vai manter o diálogo. Isso ontem, num encontro do qual ela participou, de economia solidária, etc, ela insistiu nisso. Manter o diálogo, um diálogo construtivo e contínuo.
Cafezinho: Bom sinal…
Renato: Foi exatamente a posição dela. A presidenta da república tem de, nesses eventos, começar a falar. É assim que o Lula fazia. Aproveitava eventos, manifestações, e dava o recado. É isso que ela tem de começar a fazer. Por exemplo, antes desse encontro com essas pessoas, para tratar da questão da economia solidária, ela encontrou com uma parte grande daqueles que a apoiaram no segundo turno. Estavam presentes Leonardo Boff, Frei Beto, e outros.
Ela explicou para eles. Aliás os chamou para isso. Acho que até o Lula estava presente. Várias outras pessoas também. Grupos vinculados a eles. Eles deram entrevista depois: “ela se comprometeu e os compromissos serão aplicados”. Isso o Boff, falando, como porta voz. Olha aí: ela já começa a agir.
A presidenta ainda nem deu seus primeiros passos. Talvez ela esteja esperando o momento de, quando assumir o governo, aí sim, assumir as sua diretrizes, seus pontos de vista. Geralmente há aquele pronunciamento no Congresso Nacional. É o momento da mensagem política dela para o segundo governo.
Eu tô colocando isso para mostrar que é assim que as coisas são feitas.
Quanto à grande mídia, é sempre oposição a ela. A grande mídia não está aí para ajudar, e sim para criar contradições entre nós. Começa a dizer: “mudou a política econômica! Está num bom caminho!” [Risos] É a forma deles darem a interpretação deles, para ver se cria um atrito do lado de cá, na base da presidenta, etc.
E cada um faz a sua interpretação. Mas ela também vai falar sobre isso. Essa é a grande mídia que temos. Agora, nesse terreno, que é um compromisso dela, e o que nem Lula tinha feito, que é exatamente um compromisso relativo à democratização dos meios de comunicação.
Qual é a questão que ela fala? O problema não é o conteúdo. Eu não vou censurar nada, etc. Não tô de acordo com isso. Mas é preciso uma regulação econômica, porque o centro da mídia brasileira é feito na base de monopólio e oligopólio. Essa é a questão central. Aliás, na Argentina, para mudar exatamente o sistema monopolista da mídia de lá, isso levou oito anos, e a questão central era essa! Oito anos! Recorreram ao tribunal superior deles lá, etc. Então Dilma já deu esse passo, e algumas medidas anteriores, que não precisa passar pelo congresso nem nada. Que é uma questão que depende só dela, está na mão dela, que são os recursos de propaganda que, em grande parte, vão para a grande mídia.
Veja e Época, ela já suspendeu, ou não renovou nenhum contrato para essas duas revistas. Já é uma medida concreta. Na questão dos jornais, eles também tem um recurso polpudo. Mas hoje, se você for ver, a internet tem um acesso maior que o acesso aos jornais. Ela pode se apoiar nisso e diminuir esses recursos para os jornais, e aumentar os recursos para a mídia alternativa e a internet, de maneira geral.
Tudo isso pode ser feito sem passar pelo congresso, e ela parece disposta a fazer isso.
O centro da questão seria a regulação econômica desse sistema midiático brasileiro, que é baseado em monopólio.
Então isso é um processo. Ela se comprometeu. Em resumo, o que você levanta, é fundamental.Se não temos um grande grupo de mídia, que pelo menos seja independente, é muito difícil você chegar, nessas horas, ao povo, e haver uma manifestação favorável ao que a presidenta está fazendo. Então cria essa defasagem que você fala. E não é um problema apenas de um setor, mas de muitos setores, que ficam com dúvida. Que se apegam muito a um nome. Parece que o problema é o nome que foi indicado. No caso aqui dois. No caso da agricultura, com Katia Abreu, ainda é conjectura. Na economia, já foi definido, que é o Levy. Ora, é em torno desse nome que se discorre toda uma conclusão. É uma equipe que ela escolheu! Primeiro não é um nome. É uma equipe. Na equipe, há pluralidade. Para governar o Brasil, em nossas condições, tem de haver um ministério plural, na minha opinião. Ela vai governar para os brasileiros. Não é para uma facção. Não é para um setor determinado. Então tem que ser um ministério plural!
Esse setor da economia, é plural. Os três não representam tendências iguais. O que ela quer com isso. Evidentemente ela quer levar em conta as diversas tendências que existem e se refletem hoje na sociedade. Além do mais, a representatividade que essas pessoas teriam para o chamado mercado. A realidade do mercado existe. O que prevalece no Brasil é o capitalismo. Aliás, não é o que prevalece. É o capitalismo. O que é que a gente tem de fazer, se a gente quer avançar, ter um projeto avançado, que a gente consiga objetivos que, nos marcos do próprio capitalismo, são difíceis. O que você tem de fazer? Pactos. Não fizemos uma revolução. Então temos que fazer pactos. Esses pactos é que fazem com que a gente avance. O que aconteceu nesses 12 anos? Houve pactos. Consciente ou inconscientemente, de maneira formal ou implícita, ou tácita, houve pactos, senão como chegaríamos onde chegamos? Daqui para a frente, se requer pactos mais difíceis, porque temos de avançar mais. Para essas reformas, por exemplo.
Por que? A economia é capitalista. Os cordeis dessa economia, ainda não os temos nas mãos. Pelo contrário. Hoje o sistema financeiro é globalizado. Qual o grande problema das experiências avançadas, no mundo inteiro? É a economia. Porque é capitalista. Veja o problema da Venezuela. Uma revolução democrática, a passos gigantescos. O que é exatamente o grande obstáculo hoje na Venezuela. Sem falar de outros problemas, mas o principal? A economia!
E é por aí que eles voltam!
Cafezinho: Que a direita volta…
Renato: Então por aí você tem que ver que tipo de pacto você vai fazer. Senão não avança. Por isso é necessário uma equipe plural, só que ela [a presidenta] tem que ter a condução disso. E qual é a condução dela? Levando em conta essa equipe. Tem que enquadrar a equipe em função do rumo que ela pretende. E da prioridade que ela quer de governo. Aí sim!
A prioridade do governo quem vai decidir é Levy? Seria uma estupidez pensar dessa maneira!
Aliás, a própria Dilma já mostrou na prática, que ela tem uma grande personalidade de convicção.
Até isso ela já mostrou. Por isso que a minha relação é de confiança. Então, entrando nessa questão, o rumo é o seguinte: retomar o crescimento da economia, e continuar a redistribuição de renda e a inclusão social. É isso que os pactos têm de garantir, senão a gente não avança. Senão vai ser a mesma coisa: resgata o capital financeiro, eles sempre ganham primeiro. E a maioria, sempre fica de fora, que é como acontece hoje na Europa, que é o exemplo mais destacado. A tal austeridade é resgatar primeiro o capital financeiro e, se der, mais adiante, o povo. Por isso tem muito desemprego, perda de direitos, etc.
Aqui não! Ela [a presidenta] está tentando combinar que se mantenha o emprego e a renda do trabalho. E mantém essa continuidade da redistribuição de renda. O investimento per capital social, etc.
Essa é a mensagem do governo. A retomada do crescimento econômico para continuar investindo no social. É isso em resumo.
Se é esse o rumo dela, a equipe vai trabalhar em função desse rumo. A não ser que ela abra a mão do rumo e diga: ah, não, são vocês que vão agora definir o rumo do governo. É uma insensatez pensar dessa maneira. E a vida vai dizer, é claro. De nossa parte, nós temos que, exatamente, manter essa relação de confiança e, sendo necessário, se a presidenta, mais adiante, ou se ela não conseguir dar conta do compromisso assumido, aí evidentemente temos que entrar em ação. Isso é um processo. Isso não acontece da noite para o dia. Você vai vendo. A vida vai demonstrar isso.
Cafezinho: Só mais uma questão, sobre o debate ideológico propriamente dito, que também ficou muito marcado nessa eleição. Foi uma eleição bastante marcada pelos conceitos de esquerda e direita, e você teve uma certa gritaria, uma acusação de que a Dilma seria bolivariana, e que o governo brasileiro seria bolivariano. O que você tem a dizer, aos leitores conservadores, que tem medo que o Brasil se torne uma “república bolivariana”?
Renato: Primeiro, o seguinte. A América Latina, em geral, sobretudo a América do Sul, de quinze anos para cá, vive uma nova situação política. Aliás, uma situação que nunca ela viveu. Ou seja, são países que, em resposta ao neoliberalismo da década de 90, passou a responder a isso com eleição de presidentes, eleitos por forças progressistas, democráticas, e até anti-imperialistas. Governos com soberania, independência, que puderam realizar uma revolução democrática nesses países. O exemplo maior disso, que foi o primeiro, que já vai uns 15 anos, é a Venezuela. Todo o projeto ficou conhecido como o projeto bolivariano, porque é um resgate histórico de Bolívar, que foi um grande patrono da independência da América Latina. Ora, o que se quer dizer com isso. Que bolivarismo ficou como sinônimo de esquerda. Na época anterior seria comunismo, hoje é bolivarianismo. As forças conservadoras sempre aproveitam tudo que significa avanço democrático, avanço soberano, avanço em termos de progresso social, para ela amarrar. Antes era o comunismo, que tinha esse papel, sobretudo com a divisão do mundo entre o capitalismo e o socialismo. Toda a fase da guerra fria depois da II Guerra Mundial. Agora não. A realidade é outra. Na América Latina, com esses avanços, a marca maior foi Venezuela, e foi uma revolução de fato que foi feita na Venezuela, que é sinônimo de esquerda, de comunismo, de tudo aquilo que eles são, ideologicamente, contra. É o que expressa para ele isso. Agora, isso é outra questão, dizer que a experiência da Venezuela é a mesma experiência que a Dilma ou o Lula vão aplicar no Brasil, seria outra estupidez. Tem nada a ver! É outra questão. No sentido de ser esquerda, sim, é por isso que eles procuram um sinal de igualdade. Agora, enquanto experiência, não tem nada a ver com Venezuela. Primeiro porque a realidade brasileira é muito mais complexa do ponto-de-vista econômico. A economia venezuelana é baseada no petróleo, e não conseguiu resolver ainda, de forma profunda, essa questão. Então a economia é muito mais simples. A economia do Brasil é uma economia de porte médio, complexa, com uma indústria que evidentemente terá de ser retomada, mas uma indústria bastante diversificada. Uma agro-indústria também bastante diversificada e de alta tecnologia. E serviços, que é outra área importante, que se desenvolveu muito, compatível com a economia atual mais moderna. Ora, é uma economia muito mais complicada. Como iríamos seguir o exemplo da Venezuela, que é muito mais simples? Atrasada, relativamente, bem mais atrasada.
A gente poderia fazer uma comparação com a Argentina, em termos de economia mais complexa, mas a economia da Argentina passa também por muita dificuldade por isso. Porque há um freio e uma barreira capitalista muito grande, tentando submeter o governo argentino, que também entrou nessa linha, de maior independência, maior soberania.
Qual é a situação hoje na Argentina. É esse esforço para enfrentar essa tentativa de subjugá-los. Então o bolivarianismo tem essas duas questões. Eles confundem que vamos copiar a experiência da Venezuela, o que é uma mentira, uma estupidez. Quanto ao problema de ser uma linha de esquerda, avançada, eles tem razão. Por isso que eles se intimidam com isso. Porque é uma experiência avançada mesmo. A Venezuela sempre foi um país dependente, submetido…
Cafezinho: Pois é, mas eles tentam passar a imagem de que o bolivarianismo implica no controle do judiciário, da imprensa, do legislativo, das instituições democráticas em geral, que seriam abolidas, na prática. Como se o governo bolivariano passasse a dominar tudo.
Renato: É, mas isso aí, se você for por esse lado, nem a Venezuela é isso. Segundo, aqui no Brasil, estamos distantes disso. Pelo contrário. O aparato de Estado, aqui no Brasil, ainda é um aparato extremamente conservador. Ou seja, o que é hoje boa parte da Justiça? Conservadora. Boa parte do Ministério Público. Conservador. Boa parte da Polícia Federal. Conservadora. Atende mais os interesses de uma ideologia conservadora, do que uma ideologia transformadora. Nada disso do que eles estão dizendo é verdade. Estamos longe disso aqui. Por isso que esse aparato se volta contra o próprio presidente da república. Onde é que você já viu isso?