Demissão de secretário mostra fragilidade da política externa dos EUA
A demissão de Chuck Hagel do cargo de ministro da Defesa dos EUA não será a solução para os problemas provocados pela política externa catastrófica de Barack Obama e dos membros da sua administração, escreve o jornal Los Angeles Times.
Publicado 25/11/2014 09:41
O diário assinala que existe uma tradição na política americana: logo que a popularidade do presidente desce em flecha, ele demite alguém e nomeia um “veterano” experiente e que já deu provas. Por exemplo, George W. Bush demitiu Donald Ramsfeld do cargo de ministro da Defesa tendo como pano de fundo a campanha iraquiana catastrófica e nomeou Robert Gates.
“Superficialmente pensando, a demissão de Chuck Hagel por Obama corresponde completamente a essa tradição. Alguém deve ser responsável pelo fato de 54% dos americanos estarem descontentes com a política externa falha do presidente no Iraque, na Síria e na Ucrânia. O problema não está no fato de Hagel não dever ter sido demitido, pois era uma figura fictícia no cargo de ministro da Defesa, mas no fato de essa demissão, na realidade, nada mudar”, escreve o Los Angeles Times.
A saída do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, nesta segunda-feira (24), após quase dois anos à frente do Pentágono, foi confirmada pelo presidente norte-americano, Barack Obama.
Único membro republicano do gabinete presidencial, Hagel, ex-senador pelo estado de Nebraska e veterano da guerra do Vietnã, permanecerá no cargo até a nomeação do seu sucessor e respectiva confirmação pelo Senado.
De acordo com a Reuters, entre os candidatos em potencial estão Michele Flournoy, ex-subsecretária de Defesa, e Ashton Carter, ex-vice-secretário de Defesa.
A saída de Hagel é apontada como uma resposta à divergência de opiniões entre o secretário e Obama, que lidera a coalizão internacional no combate contra o EI (Estado Islâmico) no Iraque e na Síria.
Hagel teria questionado a estratégia de chefe do Executivo para a Síria em um memorando oficial, alegando que a política externa de Obama estava em risco por não ter conseguido deixar claras suas intenções a respeito do combate ao governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Fonte: Voz da Rússia e Opera Mundi