SSA: Vereadores querem que Câmara debata o extermínio de jovens negros
Os vereadores Aladilce Souza e Everaldo Augusto, que compõem a bancada do PCdoB na Câmara Municipal de Salvador (CMS), querem que a Casa discuta o desaparecimento e extermínio da juventude negra na cidade. A defesa dos edis foi feita na última terça-feira (18/11), durante uma reunião com a mãe de Davi Fiúza, o mais recente adolescente desaparecido supostamente por policiais.
Publicado 19/11/2014 14:10 | Editado 04/03/2020 16:14
No encontro, outras três mães de jovens negros desaparecidos se juntaram à mãe de Davi e contaram as histórias dos sumiços. Emocionados, os vereadores comunistas defenderam que, embora a Câmara tenha limites de atuação, o legislativo municipal deve promover uma sessão especial para debater os casos e cobrar das instâncias que podem dar uma resposta às famílias.
“Desde que chegue nesta Casa, em 2005, quase todos os dias a gente recebe denúncias como essas. Temos [os vereadores] que mostrar não só nossa solidariedade, mas nossa disposição de luta para mudar essa realidade. Não podemos tolerar essa questão”, defendeu Aladilce.
A sessão especial, para Everaldo, poderá ser para as mães que buscam notícias dos filhos mais um meio para ampliar a voz. “Há muito tempo eu não ouvia relatos tão fortes contra a impunidade. Nós devemos criar determinados momentos propícios para que as mães e outros familiares possam falar e cobrar”, disse Everaldo.
Os vereadores do PCdoB afirmaram, ainda, que é preciso que o governador Jaques Wagner receba a mãe de Davi, como forma de dar a ela uma garantia de que há empenho na resolução do caso. O encontro com o governador é um desejo da mãe do adolescente desaparecido.
De Salvador,
Erikson Walla