Chanceler do Irã vai a Viena para retomar diálogo nuclear com G5+1

Zarif preside a delegação iraniana que conduz os diálogos na capital austríaca com representantes do Grupo 5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) para chegar a um acordo antes de acabar a prorrogação de quatro meses cedida em julho passado.

No dia 24 de novembro se cumprirá um ano da assinatura em Genebra do acordo interino ou Plano de Ação Conjunta, mediante o qual se abriu o processo de diálogo entre as partes para um acordo abrangente, global e definitivo às décadas de disputa entre o Ocidente e o Irã, por suas atividades atômicas.

Tal plano entrou em vigor em 20 de janeiro por um período de seis meses, expirado em 20 de julho, e fez com que as conversas fossem adiadas até novembro, graças ao Irã ter limitado certas atividades nucleares em troca da flexibilização das sanções econômicas impostas pelo Ocidente.

Segundo fontes do Ministério de Relações Exteriores, a décima rodada de conversas começará nesta terça e durará até o final do prazo, para tentar chegar a um entendimento na data inicialmente prevista, ainda que as divergências em temas sensíveis coloquem o objetivo em risco.

As conversas iniciarão com um almoço de trabalho na embaixada do Irã em Viena entre Zarif e a coordenadora da União Europeia (UE) para as negociações com o país persa, Catherine Ashton, para discutir os recentes acontecimentos e decidir o processo de negociação.

Observadores acreditam que se as partes não chegarem agora a um acordo abrangente e final, poderiam anunciar um acerto deixe os temas mais polêmicos para mais adiante ou, em seu lugar, decidam por uma nova prorrogação.

Sobre o tema, acham que 90% do trabalho está feito, ainda que existam temas importantes sem solução, como a capacidade de enriquecimento de urânio que o Irã poderia ter e o fim das medidas econômicas punitivas.

Em sua coluna de opinião, que costuma refletir a posição do governo de Teerã, o jornal Iran Daily afirmou que para ajudar a resolver o tema nuclear, a república islâmica e o G5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China mais Alemanha) deveriam procurar uma alternativa que poderia ser o levantamento gradual das sanções.

Assim, sustenta o jornal em inglês, "se ajudaria a abrir caminho para um acordo final antes do prazo de 24 de novembro" porém há várias possíveis soluções.

"Poderiam estabelecer um acordo parcial, mais que um abrangente e completo, ou podem escolher uma terceira via, algo entre suspensão ou levantamento das sanções que levaria a eliminar em um período curto de tempo", indicou.

Enquanto o Ocidente procura suspender as sanções por um pacto integral, o Irã deseja que se levante todo o bloqueio econômico, o que indica que, ainda que seja possível um compromisso satisfatório, dificilmente acontecerá enquanto ambas partes continuarem irredutíveis em suas posições, concluiu o Iran Daily.

Fonte: Prensa Latina