Colombianos exilados na Europa se mobilizam pelo fim do conflito

A pretensão é traçar caminhos para superar a atual situação política que envolve confrontos entre instituições oficiais, não oficiais e a guerrilha. Para eles, o ponto principal são as vítimas do conflito.

Segundo uma nota pública dos organizadores do Encontro, o atual momento em que vivem os colombianos e as colombianas é "histórico e vital” e a saída para o conflito social e armado está no debate nacional a partir das conversações estabelecidas entre o governo e a insurgência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Igualmente, defendem o diálogo com o Exército de Libertação Nacional (ELN) e o convite dirigido ao Exército Popular de Libertação (EPL) a participarem do processo de paz. "De maneira esperançosa, isso pode representar a culminação de mais de 60 anos de confronto e sentar as bases para uma paz duradoura com justiça social”, avaliam.

Os exilados entendem que, mesmo fora da Colômbia, podem contribuir para o processo de negociações de paz, que acontece em Havana, capital de Cuba. Muitos deles vivem, hoje, em países europeus e defendem seu direito de participar ativamente do processo. Para isso, propõem evidenciar, diante da mesa de negociações e da sociedade como um todo, os direitos violados e não reconhecidos das pessoas que foram vitimadas e que, atualmente, vivem exiladas na Europa. Todas elas sofreram perseguição por parte do Estado e/ou do paramilitarismo colombiano.

"Nesse contexto, as Assembleias Constituintes pela paz com justiça social, que vêm sendo realizadas por toda a Colômbia, são também um espaço idôneo no exterior, onde podemos nos manifestar como poder Constituinte Popular, abrindo a discussão e deliberando sobre a problemática que corresponde aos exilados na Europa, perseguidos pelo Estado e pelos paramilitares colombianos”, defendem.

Na ocasião, o grupo pretende formar uma coordenação de exiladas e exilados perseguidos pelo Estado da Colômbia e pelos paramilitares, articulada com as organizações compostas por parte deles na Europa. Eles têm como premissa a necessidade de atuarem de maneira ampla, unitária e democrática. Além disso, querem realizar ações de repercussão internacional para que o processo de superação do conflito se fortaleça.

Poderão participar do encontro, livremente, todos/as aqueles/as que se considerem exilados em países europeus por conta de perseguição do Estado colombiano ou de grupos paramilitares. Outras expressões dos movimentos sociais e políticos também podem se integrar. Antes deste, o último encontro de exilados colombianos foi realizado em 13 de setembro de 2014, em Paris, capital da França. Na ocasião, participaram exilados no território francês, além da Espanha, Alemanha, Suécia, Bélgica, Holanda e Suíça.

Programação completa e inscrições aqui.